Artistas formadas na ESAD mostram obras no Céu de Vidro

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DuasAutorasInteriorEstá patente no Céu de Vidro a exposição Aseptanimus, da qual fazem parte esculturas e instalações das artistas, formadas na ESAD, Daniela Ferreira e Marisa Maia.
A primeira autora é caldense, mas vive e trabalha em Itália. A segunda, de Aveiro, fez Erasmus em Veneza e possui o seu atelier de trabalho nos Silos. Esta é a primeira exposição de um ciclo que vai decorrer no centro da cidade e que ainda pode ser vista hoje e amanhã, dias 4 e 5 de Março.

As salas da ex-Casa da Cultura, onde se aprendia fotografia, se fazia teatro ou ballet,  voltaram agora a receber arte. Artistas ligados à ESAD e aos Silos vão passar a apresentar as suas obras naquele espaço, no Parque D. Carlos I. Uma delas é Daniela da Silva Ferreira, 27 anos, é caldense mas vive em Veneza há quatro anos. Licenciou-se em Cerâmica e Vidro na ESAD, fez Erasmus na Academia de Belas Artes de Veneza, local onde regressou para obter a pós-graduação em Escultura. Nas suas dez intervenções “tudo gira em volta do Yin e Yang, do positivo e do negativo e da morte e da vida”, disse a artista à Gazeta das Caldas. Daniela Ferreira apresenta intervenções onde utiliza vários elementos do quotidiano, desde cadeiras, alguidares, livros, caixas de música, trituradores ou antigas pias de água. Nas propostas ainda conjuga restos de animais como cornos e vértebras.
A artista faz uma visita guiada por cada uma das suas propostas e conta de onde vieram vários objectos que pertencem a familiares e que agora ganham nova leitura artística.
“A exposição não tem uma ordem específica, funciona como uma teia de aranha”, explicou a artista que, em breve, regressará a Itália pois vai trabalhar na Bienal de Arquitectura de Veneza, que se realiza no próximo mês de Maio.
Além de se dedicar à sua arte, a caldense também colabora com outros artistas. “Felizmente estou a trabalhar na área, estou a crescer como artista”, disse a jovem à Gazeta das Caldas.
Esta autora aconselha os seus colegas a viver uma experiência no estrangeiro “para dar valor ao que temos aqui e para perceber que há tanta coisa boa pelo mundo”.

Artes plásticas e Yoga

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Marisa Maia formou-se em Artes Plásticas na ESAD, é de Aveiro e estudou em Erasmus na Academia de Belas Artes de Veneza. “E daí o nosso trabalho – meu e da Daniela – também se ter ligado”, explicou a artista, que prefere abordar nas suas obras os momentos “pós e pré-vida”, já que as suas peças, similares a bolsas, feitas com raízes e tecidos, lembram o momento do nascimento.
Nas suas obras também se celebra a vida e até há pequenos peixes vivos nas suas intervenções. Marisa Maia apresenta também um vídeo que alude à criação de um microcosmos com a própria autora “a brincar como se fosse Deus”.
A artista tanto usa elementos naturais como madeiras, como também vai buscar luzes negras e cores fluorescentes que não se encontram na natureza para se exprimir. “Gosto  do encontro entre o que é manufacturado com aquilo que é natural”, disse Daniela Maia enquanto explicava cada uma das suas intervenções.  Apesar de ter gostado de viver a experiência em Itália, a autora preferiu regressar às Caldas, e agora tem o seu atelier de trabalho nos Silos. Além das artes plásticas, quer ainda aliar uma outra disciplina, o Yoga.
Vista a exposição, há duas bancas onde podem ser adquiridos pequenos trabalhos das duas artistas.
Presente na inauguração esteve Nicola Henriques, responsável pelo projecto Silos – Contentor Criativo. “Após cinco anos de trabalho naquele espaço,  está na hora dos autores mostrarem o seu trabalho e de se exporem a uma crítica fora do meio académico”, afirmou o responsável. Em sua opinião, é preciso fazer as pessoas tropeçar na arte e para isso não há melhor espaço do que a ex-casa da Cultura, “que agora vai abrir regularmente as portas a estes eventos artísticos”.
A mostra Aseptanimus, de Daniela Silva e Marisa Maia, ainda pode ser vista hoje, 4 de Março, entre as 18h00 e as 23h30, e amanhã, dia 5, entre as 11h00 e as 23h30.

Abrir o Parque à criação artística

A iniciativa das exposições na ex-Casa da Cultura conta com o apoio da Junta de Freguesia de N. Sra. Do Pópulo, Coto e S. Gregório. Além dos autores dos Silos, a Junta abre portas também a outras propostas que ajudem a dinamizar o espaço.
“Há aqui um grande potencial”, disse Vítor Marques, presidente da União de Freguesias. O autarca referiu que há outros espaços que podem ser usados para exposições artísticas, como é o caso de dois armazéns próximos da antiga parada.
“Há artistas interessados em trabalhar no parque, partilhando o espaço que fica próximo da  Bordallo Pinheiro, dos museus e integrados nestes espaço verde”, afirmou.
Vítor Marques referiu ainda a zona das estufas antigas como passível de ser usada pelos artistas.

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