“As Caldas tem condições para se tornar Cidade Criativa em 2020”, diz Teresa Alves

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Gazeta das Caldas
A ceramista Teresa Alves, junto às suas obras, no seu atelier, nos Silos
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Teresa Alves despede-se esta semana da colecção dedicada às termas. A ceramista, que criou a obra “Cura pelas Águas”, acredita que as Caldas da Rainha tem condições para ser reconhecida como Cidade Criativa (Arts & Crafts) em 2020 dado que a cidade tem tudo relacionado com a cerâmica: a História, a cultura, o conhecimento, as fábricas, os ateliers, a ESAD e o Cencal. Na sua opinião, “o desafio passa pela gestão criativa do tempo e dos recursos existentes para que o resultado seja forte e coeso”.

Nome: Teresa Alves
Idade:49 anos
Naturalidade: Sá da Bandeira

GC: Quando começou a dedicar-se à cerâmica?
TERESA ALVES: Iniciei a minha formação no Cencal em 1991/92, no curso de Modelação Cerâmica.

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GC: Quais os materiais cerâmicos com que prefere trabalhar?
TA: O material com que mais gosto de trabalhar é o grés com chamote porque consigo expressar-me melhor ao nível da forma. No trabalho com a cor, prefiro os vidrados de alta temperatura.
Consoante os projectos e o resultado final pretendido, também uso o barro branco e o azulejo industrial chacotado.

GC: Que opinião tem da Molda? Que benefícios traz aos ceramistas?
TA: Acho que o programa em si é muito válido, a nível da projecção dos designers, dos artistas, dos ceramistas e das indústrias.
A Molda começou por dar maior destaque aos criativos que passaram pela ESAD, com maior projeção a nível nacional e internacional.
Os benefícios para os ceramistas, só serão visíveis pela participação destes em projectos e iniciativas promovidas pela Molda.

GC: Acha que actualmente há uma retoma da cerâmica na região?
TA: Sim, tanto a nível industrial como a nível dos pequenos ateliers.

GC: O futuro da cerâmica passa pela indústria, pelo trabalho artístico, ou pela conjugação de ambos?
TA: Para mim, terá sempre que haver a indústria e o trabalho artístico separado. São sectores distintos, pela diversidade de saberes, de conhecimentos e de procedimentos. No entanto, podem e devem conectar-se. A conjugação de ambos, é uma mais valia.

GC: Com que parceiros é que os ceramistas da região podem contar?
TA: Os ceramistas podem contar com a Gazeta das Caldas, que tem promovido e divulgado as actividades artísticas. Existe também as autarquias, as instituições privadas, as associações, as feiras e as rádios locais.

GC: Acredita que as Caldas tem condições para ser reconhecida como Cidade Criativa (Arts & Crafts) em 2020?
TA: Sim, tem todas as condições – tem História, Cultura, Know how, as fábricas, os ateliers, a ESAD, o Cencal…
O desafio, passa pela gestão criativa do tempo e dos recursos existentes para que o resultado seja forte e coeso.

GC: Quais são os ceramistas que mais admira?
TA: Ferreira da Silva, Herculano Elias, Paulo Óscar e Eduardo Nery.

GC: Se não fosse a cerâmica, a que outra arte poderia dedicar-se?
TA: Poderia dedicar-me à pintura.

GC: Que livro está a ler?
TA: Estou a ler “ O mundo nas suas mãos” de Elsa Punset.

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