Um típico galo da Secla e uma peça da Fábrica Bordallo Pinheiro representam a produção caldense na exposição “Cerâmica Portuguesa” que abriu a 6 de maio, Dia do Azulejo, no Espaço Concas
Duas peças da ceramista barcelense Rosa Ramalho abrem a exposição “Cerâmica Portuguesa”, que está patente no Centro de Artes. Trata-se de um galo e de uma galinha, “feitas pela maior artesã deste país”, disse José Antunes, o diretor do Centro de Artes e curador da mostra que permite conhecer um pouco da produção cerâmica de diferentes regiões portuguesas.
A mostra foi recentemente enriquecida com trabalhos dos dois membros honorários da Associação Portuguesa de Cidades e Vilas de Cerâmica (AptCVC): do arquiteto alcobacense Manuel da Bernarda e do mestre Manuel Cargaleiro. Presentes estão elegantes obras decorativas que o primeiro desenvolveu na Cerâmica S. Bernardo, em Alcobaça, enquanto que do segundo estão presentes vários azulejos que desenvolveu na Fábrica Viúva Lamego e que hoje integram espaços públicos como a Estação de Metro do Colégio Militar.
Presentes estão obras de olaria em barro negro, umas mais tradicionais e outras de pendor contemporâneo, numa feliz conjugação entre a tradição e atualidade. Além de peças utilitárias como típicos tachos de barro vermelho que surgem lado a lado com uma obra da artista e docente nas Belas Artes de Lisboa, Virgínia Fróis, feita nas Oficinas do Convento, em Montemor o Novo.
“Ficamos muito felizes de trazer esta exposição até às Caldas”, disse a vereadora da Cultura, Conceição Henriques, acrescentando que a coleção ainda será mais enriquecida pois há novos pedidos adesão de novas localidades portuguesas.
“Esta é a oportunidade para o público vir conhecer uma coleção muito heterogénea, reveladora do que se faz em cerâmica de Norte a Sul do país”, referiu a autarca. Conceição Henriques informou ainda que Leiria a próxima cidade a receber esta exposição itinerante, onde as Caldas está representada com um galo da fábrica Secla e uma peça referente ao município, feita na Fábrica Bordallo Pinheiro.
Tradição e Atualidade
Em “Cerâmica Portuguesa” não faltam peças mais tradicionais como um prato e um alguidar usados para comer caldo de peixe e que representa a arte utilitária de cariz popular.
Outras obras representam a cerâmica da atualidade como uma fruteira feita com andorinhas ou ainda um jogo de xadrez decorado com tons vivos. Presentes estão também duas peças da Vista Alegre profusamente pintadas e um conjunto de quatro taças que foram premiadas numa das edições da Bienal Internacional de Cerâmica de Aveiro.
Exposição vem à sede
A AptCVC foi fundada em abril de 2018 e teve como membros fundadores, Alcobaça, Aveiro, Barcelos, Batalha, Caldas da Rainha, Ílhavo, Mafra, Montemor-o-Novo, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Tondela, Viana do Alentejo, Viana do Castelo e Vila Nova de Poiares. Em 2020, aderiram também os municípios de Oliveira do Bairro e Porto de Mós, seguidos de Leiria e Condeixa, em 2021
A mostra, que reúne obras oriundas das 22 vilas e cidades que formam a Associação Portuguesa de Cidades e Vilas de Cerâmica, vem agora à sede da entidade que fica nas Caldas da Rainha. A exposição continuará a crescer e a ter mais obras já que após a adesão, as localidades contribuem com obras cerâmicas.
Estas quatro localidades – Fundão, Estremoz, Vila Real e Loures – já pediram a adesão à AptCVC e foram aceites e vão poder em breve formalizar a sua adesão à associação.
As localidades serão convidadas a contribuir com peças típicas das suas zonas que irão ser integradas nesta mostra que se encontra a viajar por todo o país.
As vilas e cidades que integram a AptCVC têm tradição na área da cerâmica e também no que diz respeito ao património ligado à produção artesanal e contemporânea. A mostra “Cerâmica Portuguesa” antes das Caldas da Rainha, esteve patente no Museu do Vinho, em Alcobaça. E pode agora ser apreciada até 6 de junho no Espaço Concas. ■