Cerâmica e pintura unidas em exposição no La Vie

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“À mesa – compósito de arte” é o nome da mostra que fica patente até 15 de setembro

Por estes dias, quem entra no piso 1 do centro comercial La Vie, nas Caldas da Rainha, encontra uma grande mesa corrida com objetos cerâmicos artísticos, mas utilitários, da autoria da alcobacense Liliana Sousa, dispostos em pinturas com o escorrimento de café, chá, vinhos e licores da região em toalhas de mesa de papel. Já as pinturas são da autoria do caldense Jorge Mangorrinha, que pretendia explorar a ideia de uma grande mesa corrida com intervenções artísticas intercaladas com mesas vazias, remetendo para o distanciamento existente atualmente por via da pandemia.
A mesa corrida, que é conseguida através da junção de 20 mesas, culmina numa obra que une as duas artes: uma peça de cerâmica semi-embrulhada numa das pinturas em toalha de mesa.
Da mostra fazem, ainda, parte três pinturas emolduradas. Todas as propostas foram feitas propositadamente para esta exposição, que fica patente até 15 de setembro.
A mostra “aborda este momento em que queremos muito estar à mesa com a família e amigos e conviver”, explicou Liliana Sousa, durante uma visita à mostra “À mesa – compósito de arte”.
As peças de cerâmica foram inspiradas nos escorridos das pinturas do autor, que já tinha explorado este conceito de mesa e que desafiou a alcobacense. A artista foi, entre 2017 e 2021, dinamizadora e artista residente do Atelier Oficina de Artes Mestre João Santos e durante a pandemia lançou um site para vender os seus produtos. “Não sei o que é parar e nunca coloquei em causa a área que gosto, que é cerâmica de autor”, referiu, explicando que, com a quebra nas encomendas e com mais tempo disponível durante o confinamento, conseguiu realizar este projeto.
“Temos de apostar nesta área das vendas online”, disse a artista, que já tinha exposto neste espaço no ano passado. “É muito interessante em termos de público e levamos a arte ao público e não o contrário. Tem um público diverso, com várias faixas etárias”, analisou.
Amaro Correia, do La Vie, contou que a exposição nasceu de um acaso quando num outro evento (Centro das Conversas) soube da vertente artística de Jorge Mangorrinha e o convidou a expor.
“Temos por regra que não haja mês sem uma exposição e tentamos sempre trabalhar com agentes locais para divulgar o que se faz nesta região”, afirmou aquele responsável, notando que, durante a pandemia, o centro comercial nunca encerrou por completo, até porque tem lojas com bens de primeira necessidade, sendo que a restauração e a moda, por exemplo, foram muito afetadas.
Atualmente, o La Vie já repôs o horário de funcionamento de todas as lojas. As únicas restrições são na zona da restauração ao fim de semana, quando as autoridades de saúde exigem a apresentação do certificado de vacinação ou um teste negativo.
No seguimento da pandemia uma loja na restauração encerrou, “de resto todas conseguiram manter-se em operação”, contou o gestor, notando que a inexistência de eventos na cidade devido à pandemia se fez sentir. ■