
A cerâmica portuguesa está patente em Aubagne e o atelier caldense Sá Nogueira teve um painel em Paris, integrado numa mostra do CEARTE
Abriu ao público, a 13 de Junho, no centro de arte “Les Penitents Noirs”, em Aubagne, uma exposição de que faz parte a Exposição Itinerante da Associação Portuguesa de Vilas e Cidades de Cerâmica (AptCVC) “Portugal Cerâmico”.
Esta mostra, que chega agora a terras gaulesas, após ter sido apresentada em várias cidades e vilas cerâmica portuguesas, integra peças de cerâmica tradicional e contemporânea tipicamente lusas para serem apresentadas em Aubagne, cidade provençal dos arredores de Marselha, que é um dos principais centros cerâmicos e dos Santons (figurado) de França.
A exposição também é pontuada com trabalhos tradicionais e contemporâneos da cerâmica provençal francesa. E foi inaugurada pelo prefeito Gérard Gazaym de Aubagne, na presença do diretor Executivo da AptCVC, José Luís Almeida Silva e Florence Amy, presidente da Associação de Cerâmistas e Santonnières da região de Aubagne, numa iniciativa que foi apoiada pela Aix-Marseille-Provence Métropol.
Foi referido pelos organizadores que a exposição “oferece um impressionante panorama de arte cerâmica lusitana, comparado com a arte cerâmica Provençal, com obras da coleção patrimonial da Metrópolis”.
“Portugal Cerâmico” tem a representação das 26 cidades e vilas de cerâmica da AptCVC e ainda obras de dois dos seus membros honorários, o arquiteto Manuel da Bernarda e o mestre Manuel Cargaleiro. Atualmente a associação é constituída por 26 cidades e vilas cerâmicas portuguesas.
Nos dias 12 e 13 de agosto decorrerá na mesma cidade o evento cerâmico Argilla que reunirá cerâmica e ceramistas de toda a Europa.
Este ano Portugal é o país convidado, e vai estar representado pelas cidades cerâmicas da UNESCO Caldas da Rainha e Barcelos. Ambas são cidades criativas do Artesanato e das Artes Populares.

Atelier Sá Nogueira em Paris
O Centro de Formação Profissional para o Artesanato e Património (CEARTE) apresentou a exposição “Mestria – produtos artesanais do saber-fazer português”, em Paris na Bienal Révélations 2023.
A exposição que decorreu entre os dias 7 a 11 de junho em Paris, no Grand Palais Éphémère teve como tema a Matéria, o Fogo e o Mestre e integrou trabalhos de sete autores, entre os quais o Atelier Sá Nogueira, que tem oficina em A dos Francos e loja nas Caldas. Participam também na mostra Anabela Camelo, Anna Westerlund, Sara Guerreiro, Xana Monteiro, Azulejos de Azeitão e a New Terracotta.
“Havia trabalhos incríveis do ponto de vista técnico”, disse Amélia Sá Nogueira referindo-se não só às propostas de cerâmica mas também a outras da área do design têxtil decorativo.
“Reborning Tiles” designa o painel desconstruído do Atelier Sá Nogueira, composto por um “mix” de azulejos. Da peça fazem parte exemplares geométricos, de padrão e florais, aos quais se juntaram alguns monocromáticos.
O evento foi visitado por “um público específico e conhecedor que gosta de interagir com os artistas e de perceber como se criam os produtos”, referiu a autora que trabalha com o marido no Atelier Sá Nogueira, que se dedica a criar produtos com base no azulejo.
Segundo a caldense, as peças de cerâmica portuguesas “foram muito elogiadas” e, quem quiser, terá agora a oportunidade de ver a mostra “Mestria – produtos artesanais do saber-fazer português pois ela encontra-se em exposição na FIA, em Lisboa, até 2 de julho.
“Taco a taco com os melhores”
“Foi muito positivo ter estado nesta mostra. Sempre que vamos lá fora, vemos que as pessoas identificam o azulejo com Portugal.É sem dúvida uma marca identitária”, disse a autora.
Na sua opinião, foi bom constatar que, por terras lusas, há um conjunto de autores que “está taco a taco com o que de melhor se faz lá fora”.
As peças, todas em cerâmica, que foram integradas nesta mostra do CEARTE – explica nota sobre a exposição -, “prestam homenagem à excelência do saber fazer e às técnicas artesanais e ainda celebram a sua contemporaneidade”.
O objetivo do centro de formação para o artesanato é o de promover “a qualidade, excelência e mestria do saber fazer do artesanato português, junto do público especializado estrangeiro”.
Desta forma, integraram a Bienal Révélations , 150 obras de vários países e regiões do mundo.
Por este evento, realizado no Grand Palais Éphémère passaram cerca de 39 mil visitantes, 20% dos quais foram profissionais, colecionadores, decoradores, galeristas, curadores, diretores de arte e compradores. ■