O Conservatório de Música das Caldas da Rainha tem uma nova direcção depois de ter sido adquirido pelo empresário Pedro Rovira, que possui também conservatórios em Coimbra e Figueira da Foz.
A escola das Caldas tem 330 alunos e 40 funcionários e vai manter os projectos em curso, de que são exemplo os coros Infantil, de Câmara e de Jazz, apesar dos problemas de financiamento que se têm verificado neste sector.
A nova direcção quer retomar o Festival de Música e os Cursos de Verão e apostar na interligação entre os vários conservatórios constituindo uma orquestra sinfónica que vai incluir os melhores alunos destas escolas.
Pedro Rovira é o novo director e proprietário do Conservatório de Música das Caldas da Rainha. O empresário passou a colaborar com o Conservatório das Caldas da Rainha em Dezembro de 2013, altura em que o estabelecimento de ensino caldense “vivia dias difíceis devido à especificidade do novo financiamento do Estado”, disse à Gazeta das Caldas.
O conservatório local enfrentava uma frágil situação “não por má gestão, mas por causa dos procedimentos que o POPH exigia e que nem todas as escolas estavam preparadas”, contou o gestor, acrescentando que o financiamento que o Estado impôs às escolas levou muitas aos limites, tendo provocado nos últimos anos salários em atraso e, em muitos casos, despedimentos.
A nova gestão necessitou de investimento já que o conservatório caldense possuía “uma situação financeira um pouco complicada”, diz Pedro Rovira que, contudo, não quis dizer qual o montante aquisição (que incluía o passivo).
O Conservatório das Caldas tem custos salariais mensais na ordem dos 60 mil euros, o que, tendo em conta os atrasos no financiamento, obriga a um grande esforço de tesouraria.
Com a nova gestão, além de dinheiro fresco, o estabelecimento passa a beneficiar também do efeito de rede e de economias de escala.
“A escola tem os salários em dia, tendo mantido o mesmo número de funcionários”, diz o empresário. Por questões pedagógicas, “não prescindimos de ninguém, mas fizemos ajustamentos de horários devido ao financiamento que obtivemos”, acrescentou. Para o director, é importante manter presentes na escola os anteriores directores, Marine e Aurelien Lino. “Não quero que o passado recente desapareça”, afirmou.
Pedro Rovira afirma que a escola caldense vai manter os seus projectos paralelos como o Coro Infantil, de Câmara e o Coro Jazz. Quer também reactivar o Festival de Música que já não se realiza nas Caldas há dois anos, assim como os Cursos de Verão para Jovens Músicos. Este últimos realizaram-se até 2013.
Quer ainda aproveitar as sinergias das quatro escolas de Coimbra, Figueira da Foz, Pombal e Caldas da Rainha. “Temos um projecto de organizar uma Orquestra Sinfónica da qual farão parte os melhores alunos das quatro escolas”, contou.
Antes de se dedicar a tempo inteiro a este sector, Pedro Rovira esteve ligado à grande distribuição, tendo trabalhado na Sonae e nos Mosqueteiros. No entanto, diz que está ligado à música “desde sempre” pois a sua mãe – a cantora lírica Fernanda Rovira – já em 1962 detinha o Conservatório Regional de Coimbra (que tinha sido fundado em 1934).