Crónicas de Bem Fazer e de Mal Dizer – LXXXII – A SEMPRE ETERNA FALTA DE VERBAS

0
777
Gazeta das Caldas
Isabel Castanheira

A queixa da falta de dinheiro para as mais diversas coisas não é um facto atual. Arrisco-me a dizer que sempre existiu, sendo mais grave em determinados períodos. Como exemplo disso, temos esta carta endereçada pela Associação Comercial à Camara Municipal, agradecendo a doação de uma determinada importância para fazer face aos custos efetuados com um quadro. Já que a Associação Comercial nunca foi uma galeria de arte, que quadro de tratava?

O quadro de D. Leonor da autoria de José Malhoa, doado à vila das Caldas a Rainha, tendo sido a Associação Comercial a organização escolhida para o receber.

É este o teor da carta:

“Associação Comercial e Industrial das Caldas da Rainha
Exmº. Senhor Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Caldas da Rainha
Tenho o prazer de acusar o ofício de V. Ex.ª n.º 253 de 5 de corrente e cumpre-nos comunicar a V. Exª. que esta Direção e sua sessão realizada ontem resolução (sic) , por unanimidade agradecer a V. Ex.ª o auxílio prestado a esta Associação concorrendo com a importância de 200$00 para as despesas feitas com o quatro que à vila das Caldas ofertou José Malhoa o Grande Mestre da pintura, glória e orgulho de Portugal.
Saúde e Fraternidade

O 1.º Secretário da Direção – João Nunes [?] – Caldas da Rainha, 27/8/926.”

Resolvido que foi este problema, hoje em dia a Rainha, serena e bela, reina no Museu José Malhoa situado no Parque D. Carlos I. Porque não ir visitá-la?