
O pianista está de regresso ao CCC para apresentar um álbum que gravou naquele equipamento
Amanhã. 6 de novembro, Daniel Bernardes apresenta o álbum “Liturgy of the Birds” projeto que criou com os Drumming GP. Segundo o músico, este álbum “recebeu críticas nacionais e internacionais fantásticas”, tendo o disco chegado a Itália, Polónia e França.
Foi um dos nomeados a melhor disco de Jazz do Ano pelos prémios Play, e integrou as escolhas do editor da revista JazzTimes nos EUA. “Este concerto é especial, pois, tendo percorrido várias salas do país e sendo falado por todo o mundo, vai regressar ao sítio onde nasceu: o CCC”, acrescentou o músico alcobacense que tem apresentado “Liturgy of the Birds” nalgumas das principais salas portuguesas.
A pandemia dificultou “imenso a internacionalização do projeto”. “Continuamos a trabalhar nesse sentido para 2021”, referiu o músico que já tem confirmadas atuações na Casa da Música, Teatro Baltazar Dias no Funchal e no Festival de Jazz do Barreiro.
Este disco, em que se homenageia o compositor Olivier Messiaen, foi gravado em fevereiro de 2018 no CCC onde esteve “durante três dias com as melhores condições possíveis para a realização de um projecto com esta dimensão”.
“O álbum, gravado em 2018 no CCC, tem recebido as melhores críticas a nível nacional e internacional”
Daniel Bernardes“O disco, que será apresentado em dezembro, une o jazz à música erudita”
Daniel Bernardes
Entretanto, a 11 de dezembro, o compositor, que vive e compõe em Salir do Porto, apresenta no Cine-teatro de Alcobaça o novo disco “Daniel Bernardes Crossfade Ensemble”, projeto que estreou no Caldas nice Jazz 2016 e reúne um elenco de músicos de luxo. Crossfade é um termo da edição de som e que designa a colagem de dois takes que se sobrepõem, termo que serve “aqui de metáfora à mistura do universo do jazz e da música erudita”.Para dar vida às composições convidou músicos de referência destes universos: Hugo Assunção (trombone solo da Orquestra Sinfónica Portuguesa), Sérgio Carolino (tubista de renome mundial), Mário Dinis Marques (saxofonista solista e membro do Quarteto Saxofínia), João Barradas (referência mundial do acordeão), Jeffery Davis (vibrafonista) e Ricardo Toscano, que é uma referência no saxofone jazz da atualidade.
Daniel Bernardes é também o autor da banda sonora original do filme “o Ano da Morte de Ricardo Reis” de João Botelho, filme “que está a bater recordes de bilheteira apesar da pandemia e as pessoas têm adorado a música”, afirmou o músico que se encontra a ultimar o seu próximo disco: “Beethoven… Reminiscências”. A obra resultou de uma encomenda do CCB para Daniel Bernardes escrever música sob as “Canções de Diferentes Nacionalidades”, um conjunto de temas de Beethoven onde consta uma canção cantada em português – “Seus lindos olhos”!
Neste projeto juntou-se ao Coro Ricercare para reunir o piano, a improvisação e as sonoridades corais, “que são de uma beleza sublime”, disse o pianista, que trabalha com o maestro Pedro Moreira. “É um projeto ímpar que já teria visto os palcos não fosse a pandemia”, assumiu.
O alcobacense está, ainda, a trabalhar no espectáculo dos 100 Anos de Amália que será apresentado no CCB no fim de novembro. João Botelho fará a encenação deste espectáculo e convidou o pianista para escrever os arranjos de temas icónicos da Amália, interpretados por Ana Quintans, Ricardo Ribeiro e Luz Casal, acompanhados por Mário Laginha e Quarteto Tejo.