Design nacional encontra palco privilegiado nos Silos

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Foi dada a palavra ao design nacional nos Silos. “Joio” é como se designa a mostra inaugurada a 5 de Março no espaço galeria da Ceres, que conta com criações da Ana Relvão e Ricardo Roque, de Pedro Almeida e Janine Braun, André Valério, Eduardo Silva, Fábio Afonso, Paulo Sellmayer e de Pedro Campiche. A mostra, cuja inauguração foi muito participada, pode ser vista até ao próximo domingo, 13 de Março.

notícias das Caldas“Sempre tive vontade de promover trabalho de jovens designers portugueses e foi mais fácil por estar integrado aqui no projecto dos Silos”. Palavras de André Valério, designer e comissário desta mostra, onde são apresentadas obras de mobiliário, iluminação, decoração e também algumas propsotas conceptuais. O responsável, que esperava pelo menos 200 pessoas no decorrer da inauguração, explicou que para a selecção dos participantes para a exposição foram escolhidos autores com ligação às Caldas, quer através da ESAD ou por produzirem os seus trabalhos nesta região.

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“As peças apresentadas foram todas feitas nos Silos, no Cencal, ou em empresas da região”, disse o responsável pela mostra, satisfeito pela grande participação de alunos da ESAD (sobretudos das áreas das Artes Plásticas e do Design), professores e empresários que colaboraram na criação dos protótipos agora presentes em “Joio”.
André Valério estava ainda mais satisfeito pois estiveram na mostra responsáveis de uma galeria de Braga “que se mostraram interessados em produzir algumas das peças que estão aqui expostas”.
Para o organizador, estes eventos têm também a função de promover contactos entre designers e galeristas e outros interessados em promover e em produzir peças de design português, “muito para além do Ikea de Loures”, disse o designer, que está a prosseguir estudos de mestrado em Desenvolvimento de Produto na ESAD.

O terço e o ambientador

Paulo Sellmayer, 23 anos, estudou Design Industrial na ESAD e sediou o seu projecto de trabalho nos Silos.
Para esta mostra associou dois objectos que costumam surgir no automóvel. Um é o terço que as pessoas costumam pendurar no espelho rectrovisor e o segundo o ambientador em forma de pinheiro. Muitas vezes os dois “quase se incomodam um ao outro” e o facto de muitas vezes ocuparem o mesmo lugar “levou-me a criar um dois em um irónico”, explicou o autor que vendia cada um dos seus trabalhos a dois euros.
Para o designer que está a trabalhar nos Silos há três meses, esta está a ser uma experiência enriquecedora pois “somos todos jovens, à procura do mesmo e cria-se aqui uma dinâmica interessante”.
Fábio Afonso, 27 anos, formou-se na ESAD em Design Industrial e desde Agosto que trabalha nos Silos. Tem o seu emprego em Leiria e só vem às Caldas aos fins de semana, onde tem oportunidade de criar os seus projectos. Para esta mostra trouxe candeeiros feitos em papel reciclável e que são facilmente transportáveis e que cada pessoa pode personalizar.
“Tudo isto acrescenta valor ao objecto”, disse o autor acrescentando que desta foram cada pessoa pode desenhar o seu próprio candeeiro.

Designers de Lisboa criam peças nas Caldas

Ana Relvão e Ricardo Roque têm a empresa  Oficina Design Studio que funciona em Lisboa e vieram participar mostrando um projecto que foi uma encomenda para um terraço em Lisboa com 100 metros quadrados. Pediram-lhes que desenhassem peças para várias funções, já que o terraço servia para comer, conviver e descansar. Trouxeram então a mesa e respectivos bancos (madeira e metal)  “que foram produzidos nas Caldas”.
Os dois autores acham que os Silos são um espaço único e perfeito para instalar ateliers de trabalho e entendem que a galeria “funciona como motivação para todos os que ali trabalham”. Gostam que também seja dado espaço a gente de fora “pois desta forma todos podemos partilhar ideias”.
Os dois autores consideram até que os Silos são já um pólo criativo único no país por albergar gente jovem que está a criar uma dinâmica própria, mantendo ainda gente que está ligada à ESAD.
Pedro Campiche, 25 anos, formou-se no IADE, em Lisboa e acaba de regressar de Barcelona pois obteve a bolsa Inovarte  e vem agora instalar-se nos Silos. Viveu nas Caldas durante seis meses e como está envolvido com este projecto desde o seu  início, quer agora enraizar-se na cidade. Este autor, que é ilustrador, apresenta um trabalho gráfico num suporte tridimensional e tem vários contactos internacionais que poderão servir para dar a conhecer o design português.
Eduardo Silva, 24 anos, está a frequentar mestrado em Design de  Produto na ESAD, onde se licenciou. Apresenta dois projectos escolares – um banco para o Pachá, onde o assento é um prato que é apoiado por três paus de madeira. “A ideia é que o banco possa estar no estabelecimento, mas se o cliente quiser, pode comprá-lo e levá-lo para casa”, explicou o autor.
Este jovem ainda apresentou outra linha dedicada à faiança onde “mumificou” peças da Secla, voltando a usar os moldes daquela fábrica, mas colocando no final gaze que deixava as suas marcas. Segundo Eduardo Silva, um conjunto de autores que está a trabalhar para a criação de uma marca que possa comercializar on-line alguns dos objectos criados por estes jovens. A mostra “Joio” está patente até domingo 13 de Março.

 

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