Histórias de Alfeizerão projectadas no Baú das Memórias

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Gazeta das Caldas
Leonel Ribeiro e Augusto Lopes durante a exibição do filme |DR
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O Baú das Memórias, cuja obra está em fase final devendo ser inaugurada até ao fim do ano, acolheu na noite de 26 de Setembro um evento organizado por Gaspar Fiúza, técnico da RTP, para mostrar, através de um filme por si elaborado, imagens antigas de Alfeizerão, incluindo fotografias dos anos quarenta e a história da vida de Augusto Lopes, de 94 anos, gravada em sua casa e projectada naquela noite.
Presente na sessão, Augusto Lopes lembrou acontecimentos passados há várias décadas e até recuou mais no tempo, referindo-se ao castelo de Alfeizerão, que chegou a ser banhado pelo mar e ficou destruído pelo terramoto de 1755. Também falou da visita do Rei D. Carlos I à Quinta de Vitorino Fróis e das manadas de touros que partiam desta quinta para as touradas da Nazaré. Esse percurso era feito a pé, atravessando as ruas e os campos de Alfeizerão, o que, devido às dificuldades, nem sempre corriam bem.
Sendo um homem de 94 anos não parou no tempo e tem ainda uma memória privilegiada. Disse que gostava de dar continuidade a um livro que está a desenvolver, mas precisava de voluntários que o ajudassem a concluir o seu projecto.

Augusto Lopes nasceu em Lisboa, mas veio para Alfeizerão com dez anos. Mais tarde voltou à capital e foi funcionário da Fábrica de Braço de Prata, até se reformar. Está ligado à família Ferreira, do Pão-de-ló.
Cumprindo a vontade e a memória da sua filha, Fátima Ferreira Lopes, doou à Junta de Freguesia este edifício e conta suportar o valor da obra, o qual não quis quantificar, mas que deverá custar alguns milhares de euros. Além disso, tem um espólio rico e variado entre alguns milhares de livros e objectos de arte, deixados pela sua filha. O benemérito quer deixar uma Casa de Cultura que será para a população desta vila, nomeadamente para a sua juventude. Terá no rés do chão uma oficina para os jovens aprenderem a trabalhar com as mãos e não utilizar apenas os dedos. “Para bom entendedor meia palavra basta”, disse. O espaço superior destina-se a exposições, a leitura e outras actividades.
Também presente na sessão, o presidente da Câmara da Alcobaça, Paulo Inácio, falou sobre o Mosteiro de Cós porque está ligado ao Pão-de-ló de Alfeizerão, uma vez que foram os monges de Cister que fugiram do Mosteiro para Alfeizerão depois das revoluções liberais de 1820. Foram eles que trouxeram a receita, tendo desenvolvido este bolo, que “será vendido no Mosteiro de Cós, dentro de pouco tempo, mas terá sempre o nome verdadeiro: Pão-de-ló de Alfeizerão”.

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T. Antunes

 

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