Vencedor anunciado no dia em que Óbidos comemorou cinco anos de Cidade Criativa da Literatura da UNESCO
O médico e escritor João Luís Barreto Guimarães foi o primeiro distinguido com o Prémio Literário Armando da Silva Carvalho, instituído pelo município de Óbidos com o objetivo de premiar uma obra de poesia, escrita em língua portuguesa, cuja primeira edição tenha sido publicada em qualquer país da lusofonia.
A Cidade Criativa da Literatura que vai acolher o vencedor será Granada (Espanha). Paula Ganhão, da subdivisão de Cultura e Turismo do município, justifica a escolha com o fato daquela cidade andaluz ter “sido uma parceira importante na estratégia Óbidos Vila Literária, com a vila a receber anualmente escritores para realizarem residências literárias”.
Tendo em conta os condicionalismos relacionados com a pandemia, a viagem decorrerá de acordo com a disponibilidade do vencedor e de Granada, pois irá ser organizado um programa literário específico.
Para esta primeira edição do prémio foram recebidas 50 obras de poetas de vários países de língua portuguesa, excedendo as expetativas da organização. Paula Ganhão destaca, além do número de participantes, a diversidade geográfica da sua proveniência. “Tivemos muitos concorrentes do Brasil”, exemplifica, acrescentando que pretendem continuar a trabalhar para dar visibilidade a este prémio, bem como ao poeta obidense, Armando da Silva Carvalho. Tendo em conta a pandemia, a entrega do prémio será agendada para a próxima edição do FOLIO. Em 2021, será lançada a segunda edição deste prémio.
Na primeira edição foram recebidas 50 obras de poetas de vários países de língua portuguesa
Residência literária Ruy Belo
No âmbito da Cidade Criativa da Literatura, estão a ser trabalhados em Óbidos três projetos. A residência literária Ruy Belo, deverá ser inaugurada no primeiro trimestre de 2021. Atualmente está a ser remodelada uma habitação no centro de histórico para ser transformada numa residência literária que inclui mais de dois mil livros provenientes da biblioteca pessoal do escritor natural de S. João da Ribeira (Rio Maior). Este projeto resulta da “intenção dos herdeiros de Ruy Belo desenvolverem um trabalho de divulgação da sua obra, desejando igualmente promover novos projetos e incentivar o desenvolvimento de novas iniciativas literárias no âmbito da língua e literatura portuguesas”, explica o presidente da Câmara, Humberto Marques.
O vencedor irá fazer uma residência literária em Granada (Espanha)
Está também a decorrer a instalação da biblioteca municipal na atual Casa José Saramago, devendo ser inaugurada no primeiro semestre de 2021. Ainda em desenvolvimento está o regulamento para o Prémio Literário Lusófono em parceria com a Câmara de Comércio Portugal Moçambique. Terá como objectivo estimular a produção de obras literárias, na língua de Camões, trazendo à ribalta novos e talentosos escritores. “Irá premiar os melhores, mostrando a relevância literária e cultural dos territórios que integram esta comunidade”, refere o autarca. Foi iniciado o procedimento formal para elaboração de um regulamento próprio e a primeira edição deverá ser lançada ainda no próximo ano.