José Ramalho contou contos com marionetas para 1500 pessoas

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Entre os dias 23 e 28 de Janeiro 1500 pessoas de todas as idades assistiram ao espectáculo de marionetas, “Contos do Mundo”, interpretado por José Ramalho, que além de actor e especialista nesta área, é também o director técnico do CCC. Nesta peça contaram-se três histórias do dinamarquês H.C. Andersen “A Princesa e a Ervilha”, “A Menina dos Fósforos” e “O Patinho Feio”. Agora o actor está preparar contos indianos que serão apresentados em teatro de sombras.

notícias das CaldasUsa funis, regadores, caixas de madeira, cestos de vime, compressores de ar, escovas e óculos de mergulhador para dar vida a  personagens como a Princesa, a Rainha, a Menina, a Avó, o Patinho, o Ganso, a Galinha e o Cão.
Este é um espectáculo de one man show onde José Ramalho dá diferentes vidas às marionetas de mesa que o ajudam a contar os três contos de Andersen.
“Contos do Mundo” foi estreada há cinco anos em Ciudad Rodrigo (Espanha) em castelhano e “tem sido representada um pouco por todo o país”, contou o criador da peça no final de mais uma sessão lotada onde participaram alunos de várias escolas da cidade.
O teatro dos objectos é apenas um dos caminhos que segue na área das marionetas e que implica “a recodificação dos objectos do quotidiano em personagens ou objectos artísticos”, contou. O actor está sozinho em palco, imprime o seu próprio ritmo e responde aos estímulos que lhe chegam do público.
No total as várias sessões tiveram 1500 pessoas de todas as idades, com a participação de várias escolas e no final o actor mostrou-se disponível para explicar como são feitas as marionetas e como é feito o trabalho de bastidores.
“Constato que há sempre grande vontade dos espectadores em perceber como funciona o teatro de marionetas e quanto mais contemporâneo, mais curiosidade têm”, disse.
José Ramalho tem ainda grande cuidado no uso dos diferentes materiais. Na história trágica da Menina dos Fósforos, o actor quis trabalhar as personagens recorrendo a cores neutras “por a história falar sobre a morte.” Em contrapartida, a história do Patinho Feio é contada com as personagens feitas de plásticos coloridos, numa celebração da vida.
Este é já um segundo espectáculo com José Ramalho apresenta com esta linguagem e que fecha o ciclo pois o actor já está a preparar um novo projecto que envolve contos indianos em teatro de sombras.  “Será uma outra abordagem do ponto de vista técnico  e cénico”, contou este responsável, que tem 30 anos de carreira nas áreas do teatro de marionetas, da televisão e do cinema. José Ramalho é também director técnico do CCC e em Outubro passado teve a oportunidade de dirigir um espectáculo na Gulbenkian com marionetas à escala humana, acompanhadas pela orquestra da Fundação, dirigida por Joana Carneiro. Teve a seu cargo a direcção cénica de “O retábulo de mestre Pedro” de Manuel de Falla que “é um clássico do teatro de marionetas” e diz que este foi um grande desafio pois contava com 24 músicos e três cantores em palco.
Este actor está a fazer o seu mestrado em Práticas Culturais em Municípios e ainda lecciona na Universidade Sénior Rainha D. Leonor.

Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt

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