Livro “Saber Ser e Saber Fazer” feito com financiamento europeu não referencia região Oeste
A Direção Regional da Cultura do Centro (DRCC) apresentou, no final do ano, o seu novo catálogo “Saber Ser Saber Fazer”. Este livro dedicado “às riquezas intangíveis dos municípios” da região Centro, foi “fruto de um estudo meticuloso sobre o Património Cultural Imaterial (PCI) na nossa região”, explica nota sobre esta obra que se encontra à venda no Museu de José Malhoa e que, inclusivamente, segundo a mesma nota, se encontra disponível para consulta nas bibliotecas municipais da Região Centro.
A questão é que a nova obra não traz uma linha sobre a região Oeste ou sobre o património cultural.
A DRCC, entidade que foi extinta a 31 de dezembro, apesar de ter tido a tutela dos museus de José Malhoa – e cuja unidade orgânica inclui ainda os Museu de Cerâmica e da Nazaré – não integra nenhum dos municípios oestinos na sua rede territorial, que “envolve 77 municípios que integram a área de influência da DRCC e suas comunidades de referência”, como explica o próprio catálogo agora lançado e que foi financiado pelo Programa de Cooperação INTERREG V – Espanha-Portugal (POCTEP) 2014-2020, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
A produção de conteúdos para este novo livro foi desenvolvida por uma equipa de investigadores da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), pertencentes ao Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos (CECH), atividade esta inserida no pilar temático “Património Clássico e Português” do Projeto Geral desta Unidade de Investigação e Desenvolvimento. E como tal inclui património e tradições culturais, entre tantos outros, de Aveiro, de Águeda, Aveiro, Arganil, Batalha, Cantanhede, Castelo Branco, Fundão, Góis, Gouveia, Idanha-a-Nova, Ílhavo, Leiria, Lousã, Figueiró dos Vinhos, Mangualde, Marinha Grande, Murtosa, Ovar, Penela, Pombal, Porto de Mós, Sertã, Tondela, Trancoso, Vagos, Vila de Rei ou Viseu.
Apesar de ter tido sob sua tutela três museus da região Oeste, estes municípios não fazem parte do território que era então da área de influência da Direção Regional da Cultura do Centro. E, por isso, não seria possível incluir nada desta zona do país.
Segundo o que Gazeta das Caldas apurou este foi um projeto ibérico que já terminou e, como tal, não tem qualquer continuidade prevista. Na verdade, esta obra resultou de projeto transfronteiriço que não incluiu território que não seja a área da abrangência daquela entidade. “Saber Ser Saber Fazer. O Património Cultural Imaterial da Região Centro”, além de estar à venda no Museu de José Malhoa, nas Caldas, também se encontra disponível para venda na loja do Mosteiro de Santa Clara Velha, em Coimbra. ■