Madeira de árvores tombadas no Parque dá origem a obras de arte

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“Sete livros sobre a natureza de uma árvore” é como se designa a exposição do alemão Volker Schnüttgen, inaugurada a 20 de Julho, no Espaço Concas. A mostra inclui esculturas feitas a partir de árvores que caíram no Parque e no Centro de Artes durante uma tempestade em 2013.
O escultor já conta com uma peça em mármore colocada na cidade feita em 2008 durante o Simppetra. Volker Schnüttgen lamenta a pausa no Simpósio Internacional de Escultura em Pedra e defende que é necessária uma estratégia para a colocação das obras escultóricas no espaço público.

 

“As árvores que caíram aqui e no Parque, voltaram a renascer, ganhando nova vida como obras de arte”. Palavras do escultor Volker Schnüttgen, na inauguração da sua mostra que inclui esculturas realizadas com a madeira das árvores tombadas no Parque D. Carlos I e no jardim do Centro de Artes, aquando do temporal de 19 de Janeiro de 2013.
Durante dois meses, o artista alemão realizou uma residência artística tirando assim proveito da matéria prima natural. O escultor aprecia trabalhar com a madeira e foi notório o cheiro daquela matéria, assim que se entrou no Espaço Concas. O escultor tanto gosta de trabalhar em pedra como em madeira e dá formas orgânicas ou minimais aos seus trabalhos.

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Às obras feitas com a madeira caldense, Volker Schnüttgen juntou outras, executadas no seu atelier na Alemanha. Foi também um dos participantes no XII Simppetra – Simpósio Internacional de Escultura em Pedra das Caldas da Rainha, em 2008, onde realizou a obra “Light Cube” e que actualmente se encontra na Rua Leão Azedo.
O autor ficou satisfeito por saber que a sua escultura, feita em mármore de Vila Viçosa, é uma das favoritas das crianças, que brincam nela, entrando e saindo pelas suas reentrâncias. “Instintivamente, eles percebem o meu trabalho”, acrescentou o escultor. No entanto, Volker acha que a sua obra, além de precisar de ser limpa, deveria ter sido colocada num espaço verde.
O escultor diz que compreende que o Simpósio de Escultura “esteja em pausa”, mas por outro lado lamenta que uma iniciativa – que é uma das mais antigas a assegurar a sua continuidade desde 1986 – esteja parada.
De qualquer modo acha que é preciso pensar-se numa verdadeira estratégia de colocação das peças “que não pode ser feita sem uma linha condutora”, rematou o artista que já expôs e participou em simpósios internacionais na Alemanha, Espanha, França, Holanda, Irão, Moçambique, Noruega e Suécia. Está representado com mais de 30 obras no espaço público português e no estrangeiro.
“Sete livros sobre a natureza de uma árvore” ode ser apreciada no Espaço Concas até 3 de Setembro.

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