Exposição nos Silos revela nova faceta da autora que se dedica à escultura em tecido
Quem chega à galeria dos Silos é agradavelmente surpreendido pois é convidado a dar um mergulho num universo vibrante e colorido, proposto por Zélia Évora, na mostra “A minha manta sou eu”.
A artista, que nasceu no Canadá em 1969, veio viver para a Foz do Arelho aos 10 anos e tem atelier nos Silos desde 2020. Nesta exposição, que abriu ao público a 24 de junho, a autora dá largas à imaginação trabalhando autênticas esculturas em tecidos, fazendo crescer muitas propostas em escala. Das suas mãos “saem” mantas exuberantes feitas com recurso ao método ao patchwork e é a conjugação das cores e de elementos que faz com que os visitantes não tirem os olhos das peças.
“Estou a viver um momento de viragem e de transformação no meu trabalho”, disse Zélia Évora, que decidiu parar o seu trabalho durante dois meses e meio para apenas produzir as peças desta mostra. “De outra forma não conseguiria ter tempo e espaço para o que aqui está”, contou a autora que além das peças em tecido, da vertente decorativa e para vestir, também apresenta desenhos seus, pintados com recurso à técnica mista.
Cada um dos espaços da Sala Farinha destina-se a um tipo específico de trabalho de Zélia Évora, autora que pertenceu ao Gang da Malha e que é também autora dos livros “A Terapia do Tricot” e “Re-Use”.
A criadora também faz bolsas, chapéus e mantas e foi com a ajuda de uma equipa de colaboradores que levou a avante esta “A minha manta sou eu”, que surpreendeu tudo e todos pela cor, pela escala e pela própria montagem. Há flores e folhas gigantes que formam uma instalação onde foi colocada uma moldura vazia, que serve para os visitantes se fotografarem junto às peças. Pode também ser apreciada uma flor que acabou por dar origem a uma original manta, entre quimonos e vestidos coloridos que servem a qualquer mulher.
Uma das áreas é dedicada às Caldas, com uma grande manta “criada em conjunto com o meu filho”, explicou a autora, acrescentando que a personagem central que representa a rainha tem também presente o símbolo do pelicano. É nesta zona que estão as típicas couves em tecido também em grande escala. A criadora também fez uma pequena que usou na lapela durante a inauguração da mostra, a 24 de junho, e que contou com casa cheia. Parte das propostas patentes nos Silos já tem novos donos, entre a clientela desta criadora local.
“A maioria das minhas clientes são de Lisboa e do Porto”, referiu Zélia Évora que gostaria de continuar a apresentar o seu trabalho de expressão artística. E até na divulgação da mostra, a autora apostou em algo diferente: pediu a vários lojistas que mostrassem uma das suas grandes mantas, que aliás serviu de divulgação à mostra e que está logo à entrada da galeria da Sala Farinha, nos Silos. Vários comerciantes aceitaram o convite e as imagens podem agora ser vistas no Instagram desta autora.■