Vitor Serrão foi um dos investigadores que colaborou em Arte por Terras do Bombarral |DR
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O livro “Arte por Terras do Bombarral”, dedicado ao património artístico do concelho do Bombarral, foi lançado a 16 de Setembro num simpósio que teve lugar no auditório municipal. O evento contou com lotação esgotada e com a presença de investigadores de renome nas áreas da arqueologia, arquitectura, pintura, escultura, azulejaria e da história de arte que deram a conhecer o que descobriram no património bombarralense. Uma delas é a atribuição do retábulo da Ermida de São Brás a Baltazar Gomes Figueira, conceituado pintor português do século XVII, pai de Josefa de Óbidos.
No Bombarral há ainda obras de outros artistas ligados às Caldas da Rainha, como vários trabalhos da fase inicial de Ferreira da Silva.
O retábulo da Ermida de São Brás, situada no cemitério do Bombarral, é da autoria de Baltazar Gomes Figueira, conceituado pintor português do século XVII. A atribuição desta obra ao pai de Josefa de Óbidos é uma das grandes descobertas do projecto de investigação “Arte por Terras do Bombarral”, obra editada pela Caleidoscópio.
A descoberta foi feita pelo historiador de arte, Vitor Serrão, e teve como consequência o início do restauro daquele retábulo por parte da autarquia. “O painel é uma jóia que estava escondida numa das nossas capelas”, disse Vitor Serrão, que já tinha ido várias vezes àquela ermida, mas que não tinha dado a devida atenção ao retábulo.
Esta é apenas uma das obras relevantes do concelho do Bombarral “que eram desconhecidas até aos dias de hoje”, disse o historiador. Vitor Serrão sublinhou a importância do pintor Baltazar Gomes Figueira (1604-1674) como um dos poucos artistas portugueses que tem presença actual no Museu do Louvre, em Paris.
O livro teve a coordenação de dois bombarralenses: do arquitecto Joaquim Rodrigues dos Santos e da historiadora de arte Dóris Santos, também autores de textos. Esta última, responsável do Museu da Nazaré explicou à Gazeta das Caldas que a ideia base para fazer esta obra foi a de convidar a nata da investigação em Portugal para vir conhecer o património bombarralense e, dessa forma, produzir uma obra de referência. Por isso o livro caracteriza-se também pelo “rigor da investigação” e, em simultâneo, com o uso de uma linguagem simples, de forma a chegar ao público em geral.
Este trabalho foi feito ao longo de um ano e implicou várias saídas de campo, “onde houve a partilha interdisciplinar”, explicou a historiadora.
Restauro e novas rotas
O presidente da Câmara do Bombarral, José Manuel Vieira, estava satisfeito por ter encetado este projecto dado que “são poucos os municípios portugueses que conseguiram reunir numa obra a totalidade do património do seu concelho”. À Gazeta das Caldas, o autarca afirmou que na sequência deste simpósio vão ser feitos roteiros turísticos e cadernos temáticos, bem como ações educativas e de formação de professores e destinadas ao público infanto-juvenil. Jorge Ferreira, da editora Caleidoscópio, afirmou que este tipo de projecto deveria ser “replicado noutros concelhos do país”.
Esta obra conta com a participação de Hélder Carita, João B. Serra, João Vieira Caldas, José Manuel Fernandes, José Meco, Luís Raposo, Manuela Santos Silva, Raquel Henriques da Silva, Sérgio Gorjão e Vítor Serrão.
Ferreira da Silva “foi a maior figura das Caldas das últimas décadas”
José Meco é um dos maiores especialistas do país em azulejos
“Para quem gosta de cerâmica, a cidade das Caldas é de facto incontornável”. Palavras de José Meco, um dos maior especialistas de azulejo do país e que também participou neste livro.
Na sua investigação incluem-se várias obras de Ferreira da Silva (1926-2016), que datam do início da sua carreira, já que “aos 16 anos ele já estava a trabalhar na Cerâmica Bombarralense”, disse o historiador. A fábrica foi criada em 1944 por Jorge Almeida Monteiro (1980-1983) e foi ali que o artista conviveu com Alice Jorge, Júlio Pomar ou João Fragoso.
Na sua opinião, Ferreira da Silva foi um dos grandes ceramistas contemporâneos portugueses e crê mesmo que foi “a grande figura das Caldas das últimas décadas”.
José Meco fez referências às obras de Ferreira da Silva que se encontram na Quinta de Sto. António e no Casal do Centieiro, nos arredores do Bombarral. As obras datam de finais dos anos 40 e outros de 1954 e foram feitas no início da carreira artística de Ferreira da Silva.
Um dos painéis de Ferreira da Silva, que se encontra no Casal Centieiro
“Já tinha falado sobre Ferreira da Silva e tinha preparado documentação sobre o autor, no ano passado, quando este faleceu…”, disse o historiador, acrescentando que lamenta a sua partida sem que tenha recebido o prémio SOS Azulejo. Trata-se de um galardão que já foi atribuído a Cargaleiro, Eduardo Nery, Querubim Lapa e Maria Keil.
José Meco ainda sublinhou a importância do livro recentemente lançado “Ferreira da Silva – Obra em Espaço Público” que “é um importante contributo para o início do estudo da sua obra”.
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