- publicidade -
A Capela de São Brás (A-da-Gorda) recebeu no domingo, 3 de Abril, uma réplica da peça “Ut Christus Ecclesiam Amavit” (Como Cristo Amou a Igreja), da autoria de Carlos Oliveira, numa cerimónia que contou com a presença do escultor caldense e com a actuação da Banda Filarmónica desta localidade. Dos antigos Armazéns do Vinho, onde decorreu o concerto de Pascoela e foi apresentada a peça, partiram em procissão mais de 100 pessoas, que acompanharam a chegada de Cristo na Cruz à igreja.
Recorde-se que a obra original, com cerca de três metros, foi oferecida ao Papa Francisco no dia 18 de Junho de 2014 e inicialmente concebida para o IV Simpósio Internacional da Teologia do Corpo, realizado um ano antes.
“Tudo começou em Maio de 2012, quando o padre Miguel Pereira estava a traduzir as catequeses de São João Paulo II [sobre a sexualidade, a família e o amor humano] e me mostrou o crucifixo do Movimento Católico de Schoenstatt”, explicou Carlos Oliveira, que foi convidado a recriar essa cruz onde Nossa Senhora ladeia Jesus Cristo. Na altura, Miguel Pereira chamou-o a atenção para a importância do olhar entre mãe e filho (um aspecto em evidência nesta peça) e leu-lhe várias passagens bíblicas que serviram de inspiração para o resultado final. “Além disso, vi o documentário ‘Santo Sudário’ e o filme ‘Paixão de Cristo’ e ainda visitei o Seminário dos Olivais, onde está exposta uma cruz de Almeida Negreiros”, acrescentou o ceramista, admitindo que ao início não imaginava que a peça atingisse uma proporção tão grande. “Foi como Deus quis, costumo dizer”.
Após nove meses de trabalho, com algumas paragens pelo meio, “Ut Christus Ecclesiam Amavit” estava concluída na cor original da pedra que lhe dá forma. De Setúbal a Coimbra, a cruz de Carlos Oliveira andou em peregrinação durante um ano e meio. Agora a Capela de São Brás exibe uma réplica com metade das dimensões, oferecida por João Carlos Costa, empresário da Mr. House/Pro Portugal e presidente da União Filarmónica da A-da-Gorda.
À Gazeta das Caldas, João Carlos Costa disse que decidiu comprar a peça (de 3750 euros) não só para promover o trabalho de um artista da região, mas também para unir a população de A-da-Gorda. “A cruz representa, independentemente da crença de cada um, a fé que eu tenho nas pessoas de A-da-Gorda, que são essenciais no apoio a todos os projectos desta localidade”.
João Carlos Costa revelou ainda que dois dos próximos objectivos são a colocação de painéis à entrada da aldeia com o logótipo “A-da-Gorda Convida” e a construção do monumento do emigrante.