- publicidade -
O humorista Salvador Martinha conseguiu pôr as cerca de 600 pessoas que encheram o grande auditório do CCC na noite do passado sábado a rir às gargalhadas durante o seu já famoso espectáculo “Na Ponta da Língua?”. Foram quase duas horas com grande interacção com o público – que se tornou parte do espectáculo – e com piadas sobre as Caldas. A polémica do concurso de sardas, a praia da Lagoa de Óbidos, o Toma e os alunos da ESAD foram algumas das suas “vítimas”.
Isaque Vicente
Depois de entrar em palco com o seu, já famoso, “como é que é pussys?” e de fazer piadas sobre cabelo (ou ausência dele) – interagindo com o público -, entrou no tema “velhinhas”. Disse uma piada, mais outra e eis que uma senhora lhe grita da plateia: “havias de dizer isso era à tua avó”. Aí Salvador mostrou o quão à vontade está em palco, brincando com a situação. Sozinho em palco, apenas com uma grande língua vermelha a descer do tecto, o humorista trouxe o tema das sardas das Caldas, pedindo para alguém lhe explicar a situação, mas o público ainda estava acanhado. Salvador Martinha não se chateou e voltou a usar isso a seu favor. “Vou dar um tiro a quem me deu esta indicação: tens de falar das sardas, toda a gente está a falar disto”, gracejou. Brincou com os telemóveis actuais, comparando-os com os antigos. Fez piadas sobre a juventude e abordou a dependência das tecnologias. Explicou as razões para o sucesso dos festivais de Verão: “é a única altura do ano em que podemos beber a cerveja “Não Tive Educação em Casa” e, mais importante, podemos ver as miúdas com microcalções”. E tendo em conta o ritmo a que estes têm sido reduzidos, vaticinou que no futuro “os microcalções vão ser um selo no clitóris”. Para além disso, apontou, “são minicalções bipolares: da cintura para cima são tão subidos que parecem velhas conservadoras; da cintura para baixo são tão curtos que parecem ser de funkeiras da tijuca a dançar creu”. Brincou com o comportamento das pessoas nos museus e nos hóteis e apontou as diferenças entre os hotéis de ricos e os de pobres. Não perdeu a oportunidade para chalacear a falta de agressividade e passividade do povo português. “Pensem nos lesados do BES que perderam as poupanças de uma vida – 100, 200 mil euros – o que é que fazem? Juntamse todas para dar um tiro no joelho do banqueiro? Só para avisar? Não… Juntam-se todos, vão a uma papelaria e compram canetas de feltro e cartolinas para fazer cartazes”. Houve ainda uma referência aos alunos da ESAD, ao Toma e outra à antiga discoteca Green Hill. No final do espectáculo, e com um saco de cavacas e de beijinhos das Caldas que comprou para levar para os colegas da rádio, Salvador Martinha contou que foi a terceira vez que veio às Caldas. “Foi das que mais gostei! Foi a primeira sóbrio”, brincou. “Gostei muito do público, acho que a sala é muito moderna e mistura uma plateia jovem com pessoas de todas as gerações o que torna o espectáculo mais desafiante”, afirmou. Explicou que a participação do público é o que torna o espectáculo único, como aconteceu com a senhora que interagiu com ele. Salientou o papel do CCC e o facto de ter encontrado jovens a estudar naquele espaço. A terminar um elogio a “um bom público, que reagiu, brincou comigo e que me tentou “enterrar””. O caldense Nuno Vital foi uma das “vítimas” de Salvador porque é careca. Mas divertiu-se. Já conhecia o trabalho deste humorista e gostou de o voltar a ver. A brincar, destacou a sua participação. “É importante as piadas que ele faz da terra pois ajuda a dar a conhecer a quem não é de cá”, disse. A jovem Carolina Pereira veio de Porto de Mós para ver “Na Ponta da Língua”, que considerou “muito bem conseguido”. “Conseguiu animar o público”, afirmou, destacando “o contacto com o público que ajudou bastante no desenrolar do espectáculo”. Da Benedita veio Paulo Borralho, jovem que nunca tinha assistido a uma noite de stand-up comedy. “Superou as minhas expectativas”, contou, notando que “o público ajudou imenso”. “Foi uma noite de gargalhadas”, resumiu.
- publicidade -