André Anastácio ficou à beira da subida no futebol brasileiro

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O técnico nas instalações do Tigres do Brasil, da Série B2 do estadual do Rio de Janeiro | D.R.

Campanha do Tigres do Brasil, do estadual carioca, ficou a um curto ponto da promoção na Série B2. Experiência foi limitada pela pandemia

O lourinhanense André Anastácio, que representou o Caldas enquanto jogador entre 2002 e 2005, integrou a equipa técnica do Tigres do Brasil, que esteve à beira de almejar a subida na Série B2 do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro.
A equipa da cidade de Duque de Caxias, tinha como objetivo a subida de divisão com o português João Mota no comando técnico, objetivo que escapou por muito pouco quer numa das duas taças em disputa, como na fase regular.
“A nível desportivo foi positivo, apesar de não termos conseguido o apuramento”, diz André Anastácio. “Perdemos a semi-final para o Pérolas Negras, treinado pelo Gilmar, antigo jogador do Chaves e do Guimarães. Eles tinham mais equipa e mais estrutura”, acrescenta.
A presença na final já garantia a subida à Fera da Baixada, como é conhecido o clube, que já na fase regular ficou a um curto ponto da subida. “Ficámos em 5º e o 4º lugar era suficiente, porque os dois clubes que subiram por via das taças ficaram nos quatro primeiros”, conta. O técnico conta que o clube “facilitou” nos jogos em casa, depois de um trajeto só com vitórias nos jogos fora.
Apesar de o grupo não ter conseguido a subida, André Anastácio diz que “são situações que fazem parte da vida e fazem-nos crescer”, acrescentando que foram três meses de “uma experiência muito enriquecedora”.
Integrado numa equipa técnica de três treinadores, André Anastácio era treinador adjunto de João Mota e também o preparador físico. O campeonato tinha sido adiado devido à pandemia, mas avançou numa versão condensada em três meses, com jogos de três em três dias. “Gerir o microciclo de jogar, recuperar e voltar a jogar foi novo para mim e cresci muito”.
Apesar de ficar próximo do Rio de Janeiro diz que não conheceu muito da Cidade Maravilhosa. “Poderia ter ido ao Rio, ao Cristo Redentor ou a Copacabana, mas estive só três ou quatro dias perto da Barra da Tijuca com o mister João Mota a passar o Natal”, refere.
Fê-lo por opção, numa altura difícil em todo o mundo, mas que tem afetado bastante os brasileiros. André Anastácio fala de menores cuidados em relação à doença do que em Portugal. No entanto, no Tigres do Brasil passaram todo o campeonato sem um única caso, fruto dos cuidados que o grupo implementou. “A maioria dos jogadores vivia no clube, em comunidade, o que foi muito bom. O único caso foi a esposa do roupeiro, mas foi logo isolada”, conta André Anastácio, que só saía de forma esporádica para comprar bens essenciais.
De volta a Portugal, André Anastácio regressou à Murteira, no Cadaval, onde reside, enquanto aguarda por novas oportunidades.
O técnico, de 41 anos, diz que já era pessoa de fé antes, mas essa característica aumentou com esta passagem pelo Brasil. “Ajudou-me imenso, porque estar longe da família é duro, mas é ainda mais numa altura como esta”, sublinha. Por isso quer “aproveitar o momento”, embora sempre “disponível para quando a oportunidade surgir”.
André Anastácio nasceu nas Caldas da Rainha e representou o Caldas por três épocas, entre 2002/03 e 2004/05, fez 6 golos em 65 jogos, não esconde que o clube o marcou e até que gostava de voltar um dia. ■