Em tarde de calor intenso, Miotti e a (in)capacidade de finalização foram os grandes obstáculos do Caldas numa partida em que os pelicanos foram claramente superiores no futebol praticado.
Estádio Municipal de Oleiros
Árbitro: Paulo Raposo, AF Santarém
Assistentes: Pedro Freire e Arlindo Crespo
OLEIROS 1
Gabriel Miotti; Rildo, Saliu Djaló e Tiago Gomes; André Farinha, Fábio Gaião (C), Jimmy, Michael Santos (Guilherme Campos 78’) e André Lourenço; Rafael Victor e Adilson Silva (Ivan Fidalgo 83’)
Não utilizados: Luís Pedro, Telmo Garcias, Obayomi, Charles
Treinador: Natan Costa
CALDAS 1
Luís Paulo [3]; Juvenal [3], Militão [3], Rui Almeida [3] e Tomás Meneses [3]; Paulo Inácio [3] e Simões [3] (Pedro Gaio [1] 90’+1); Januário [4] (Ricardo Isabelinha [1] 79’), Leandro [3] (Bernardo Rodrigues [3] 63’) e Farinha [4]; Rafael Silveira [3]
Não utilizados: Francisco Silva, Marcelo, Flávio Passos, David Silva
Treinador: José Vala
Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Farinha (70’) e Saliu Djaló (90’+5)
Dois jogos, dois empates. O Caldas fez uma exibição de grande qualidade em termos ofensivos, tendo até em conta o forte calor que se fazia sentir em Oleiros, mas pecou na finalização e viu fugir a vitória no derradeiro lance do jogo, já para lá dos quatro minutos de compensação decretados por Paulo Raposo.
José Vala voltou ao sistema de jogo que utilizou na época passada – e na segunda parte do jogo com o Peniche – em 4-2-3-1, curiosamente contra um adversário que se apresentou com sistema de três centrais.
Tomás Meneses e Januário renderam Pedro Gaio e David Silva no 11 inicial. A equipa apresentou-se dinâmica na construção de jogo ofensivo. Se no meio a igualdade de números criava algum equilíbrio de forças, a vantagem numérica nas alas dava dividendos. O último reduto do Oleiros sentia muitos problemas para controlar a imprevisibilidade do jogo caldense, que ora procurava a linha de fundo, ora optava por diagonais para o interior com o auxílio dos médios.
Ao minuto nove o Caldas criava a primeira grande oportunidade do jogo, Com Leandro a servir Januário para um remate interceptado e Miotti a mostrar-se pela primeira vez ao travar a emenda de Rafael Silveira.
Um desvio de cabeça de Farinha ao poste, um remate de Leandro defendido por Miotti e outro de Juvenal, já na área, ao lado, eram oportunidades suficientes para o Caldas desfazer o nulo, mas a qualidade da finalização não acompanhava a qualidade de jogo do Caldas.
O Oleiros tinha presença menos efectiva no meio campo de ataque, mas o tal equilíbrio de forças na zona intermédia permitia aqui e ali lançar com perigo os seus avançados – sobretudo nos primeiros 25 minutos –, mas estes revelavam o mesmo acerto que os do Caldas.
A segunda parte abre com o jogo mais repartido e até foi o Oleiros a criar a primeira perigo, primeiro num contra-ataque com Luís Paulo a sair decidido para negar o golo a Adilson, e depois Rui Almeida a bloquear um remate de Rafael Victor.
O Caldas cresce a partir da hora de jogo, com dois remates cruzados, por Januário e Farinha, negados com estilo por Miotti. O Oleiros respondeu com Rafael a obrigar Luís Paulo a revelar atenção na baliza. Mas era o Caldas que estava por cima. Miotti voltou a negar o golo a Silveira, e depois a Bernardo Rodrigues. Mas nada pôde fazer quanto à emenda de Farinha a um canto cobrado ao segundo poste.
A vantagem era mais do que justa, e podia ter crescido, num lance em que Miotti voltou a levar a melhor sobre Rafael Silveira. Depois Natan Costa mexeu na equipa e o Oleiros cresceu para um final intenso. Militão e Luís Paulo negaram golos que pareciam certos a Gaião e Ivan, mas a bola entrou da mesma forma que no golo do Caldas: canto emendado ao segundo poste.
MELHOR DO CALDAS
Farinha 4
É o jogador do plantel com mais golos ao serviço do clube (26) e foi ele a abrir as “hostilidades”, com o primeiro golo da época. A cabeçada certeira sublinhou uma exibição de encher o olho, com rasgos endiabrados pelas alas e alguns dos remates mais perigosos dos alvinegros.
Rafael Silveira, jogador do Caldas
SAÍMOS TRISTES
Estamos a pecar na eficácia, estamos a criar muitas chances e temos que as marcar, a começar por mim, porque me cobro muito. O futebol acaba punindo. Saímos tristes mas não vamos baixar a cabeça. Joguei várias vezes contra o Caldas, conhecia o presidente e o pessoal, sempre mantivemos bom relacionamento fora de campo, houve oportunidade de vir e não pensei duas vezes, queria regressar a Portugal e estou feliz por estar aqui. Não foi dessa vez que marquei, mas vou seguir trabalhando e quando entrar a primeira os golos vão seguir.
José Vala, treinador do Caldas
OPORTUNIDADES FALHADAS
Quando se falha tantas oportunidades como fizemos fica-se sujeito a isto, porque quem está a perder arrisca no jogo mais directo e mais homens na área. Temos que ser muito mais eficazes. A continuar assim vamos estar sempre a receber os parabéns do adversário, que jogamos bonito, mas perdemos pontos. Assumi a responsabilidade perante os jogadores, porque na ânsia de querer ganhar a mensagem que passa, até com as substituições, leva a equipa a baixar. Não merecíamos nem precisávamos de passar por isto, porque temos jogadores com capacidade para fazer golo.
Natan Costa, treinador do Oleiros
ALMA PREMIADA
Sabíamos que não ia ser um jogo muito bem jogado da nossa parte nas circunstâncias em que estamos, com muita gente nova e fora de posição. O Caldas teve momentos em que foi superior, mas também tivemos oportunidades claras. Com alma, fomos premiados com o golo do Djaló.