Plantel continua muito limitado para o jogo com o Loures, mas este fim-de-semana as equipas B e de Sub-21 já regressam à competição
O Caldas exprimiu sentimento de revolta por não ter visto atendido, pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e pelo Torreense, o pedido de adiamento do derby do Oeste depois de dois jogadores terem acusado positivo ao teste da covi-19, o que atirou para quarentena mais 12 jogadores.
O Caldas fez o pedido de adiamento com base no regulamento para a retoma da prtica desportiva da FPF, que prevê o adiamento dos jogos em que metade do plantel não possa competir por motivos relacionados com a covid-19. No entanto, a FPF entendeu que, por ter as equipas B e de Sub-21, os 14 jogadores que o Caldas tem impedidos até ao próximo dia 13 não cumprem os 50% dos jogadores habilitados a competir.
A situação para o jogo com o Loures poderá ainda agravar-se caso surjam mais positivos entre os jogadores que só durante esta semana foram testados.
O Caldas marcou o seu protesto antes e depois do jogo com o Torreense. Os jogadores subiram ao relvado com máscaras de proteção individual, enquanto, na bancada, os órgãos sociais do clube vivaram as costas à entrada das equipas, num protesto silencioso.
Já no final do encontro, o técnico José Vala não escondia a revolta com a situação, apontando o dedo à Federação e ao Torreense. O treinador sente que o facto do clube “ser honesto em tudo” parece ser “um grão na engrenagem montada para outros terem sucesso” e que está a lutar “contra mais do que os adversários”.
José Vala disse mesmo que, na véspera do jogo, teve que fazer uma mensagem “para convencer jogadores que não queriam vir mais”, mas garantiu que a equipa vai continuar a sua luta até ao fim.
Já o presidente Jorge Reis fala de “falta de respeito” da Federação para com o Caldas, que é reiterada desde a temporada 2017/18, em que o clube bateu o pé pelos seus direitos contra aquele organismo. No entanto, o presidente nota que a decisão de manter os jogos ameaça colocar em causa os objetivos desportivos definidos pelo clube para esta época. É que, neste fim-de-semana, as equipas B e de Sub-21 já têm competição, o que poderá levar a falta de comparência numa das competições.
Jorge Reis realça que a FPF adiou, devido a casos de covid-19, o Juventude de Évora-Amora e diz que se o problema é o Caldas ter equipa B, então o clube terá que repensar a sua política desportiva.
Manuel Nunes, presidente da AF Leiria, também mostrou desagrado com esta situação e diz que é necessário clarificar “o que é o jogador habilitado para a prova”, uma vez que os clubes têm plantéis para cada uma das suas equipas, adaptados às características de cada competição. “Um jogadores da equipa B pode estar habilitado na forma jurídica, mas não do ponto de vista desportivo”, conclui.