Pelicanos venceram e têm agora margem de quatro pontos
Coimbra nunca desilude. A cidade dos estudantes é cheia de vida e de história. E quando o Caldas lá vai, por norma, dá-se por lá bem. Foi em Coimbra que os pelicanos deram por terminada uma longa série de seis jogos sem ganhar e, ao mesmo tempo, aumentaram a margem para a linha de água.
José Vala repetiu a fórmula do encontro com o Sp. Covilhã, mas desta vez com a equipa a entrar no jogo logo com uma atitude competitiva elevada, face a uma Académica talvez demasiado confortável na tabela, num conforto já a fugir para o desleixo.
A atitude dos pelicanos casou com um crescente entendimento da equipa das novas ideias do técnico para a equipa. O 3x5x2 com um meio campo mais capaz na construção de jogo, que ganha profundidade no corredor central Com Pepo e Tomás Castro a construírem bem de trás, com Rafa Pinto a partir de uma posição mais avançada, mas a procurar jogo mais atrás, aumentando a fluidez da saída ofensiva que tem, depois, o apoio dos dois laterais que se projetam com facilidade no ataque. O triângulo invertido do meio campo também permite ao Caldas ser mais eficiente na pressão ofensiva, limitando a primeira fase de construção do adversário.
Além da postura, o Caldas teve resultados práticos dela, o que não conseguiu fazer no primeiro encontro desta segunda fase. Para isso também contribuiu a única mudança no 11, a entrada de Balelo, um avançado mais posicionado entre os centrais contrários, face a um Miguel Velosa que assume um papel de avançado móvel.
O Caldas chegou à vantagem ao minuto 16, num hino à simplicidade do futebol. A jogada começou no guarda-redes, que deu curto para Edu, o central utilizou a referência de Balelo, este deu para Rafa Pinto, que devolveu de primeira ao avançado para este disparar ao poste, mas o ressalto fica em Tomás Castro, que atirou para se estrear a marcar pelo Caldas.
O segundo golo foi mais uma jogada coletiva muito bem construída (ver Momento do jogo), com o envolvimento a criar as condições para Rafa Pinto fazer o 0-2, assistido por Balelo.
A Académica reduziu de seguida, num grande remate de Jordan, e foi à procura da reviravolta, mas o Caldas manteve-se coeso na defesa da baliza de Wilson e segurou os três pontos.
Momento do jogo
O lance do 0-2, que, no final de contas, permitiu ao Caldas somar os três importantes pontos. Tal como o primeiro golo, é uma jogada desde a zona defensiva. Militão recolheu a bola na zona defensiva, entregou a Tomás Castro e depois o lance envolveu ainda Pepo, Rafa Silva, Nhayson, voltou a Tomás Castro, já à direita, que colocou na área para Balelo e este deu um toque curto para Rafa Silva, que veio de trás e finalizou com um remate de primeira colocado, ao primeiro poste.
Terminar com “desencanto” da Mata
Após colocar termo à série de seis partidas consecutivas sem vencer para a Liga 3, o Caldas regressa à Mata que, esta época, tem sido pouco encantada para os pelicanos. A missão é, contra o Lusitânia, acabar com a série de oito partidas sem vencer em casa para o campeonato, o pior registo de José Vala no clube (nunca esteve mais de cinco partidas seguidas sem vencer em casa), que se estendem para nove incluindo a eliminação da Taça de Portugal pelo Tirsense. O atual registo é o pior desde a época 2011/12, repartido por Gila e José Simões, na qual o Caldas acabou por descer. Em 2008/9, o Caldas manteve-se, mas esteve 11 jogos sem ganhar em casa.