Futebol: Perder assim até custa menos

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O jogo teve intensidade constante e muitos duelos físicos

O Caldas saiu da Taça de Portugal, mas deixou mais uma bela marca na história da prova rainha desta temporada

Joel Ribeiro

O Caldas está fora da Taça de Portugal, mas saiu com estilo, num grande espetáculo de futebol com oito golos e que obrigou o Belenenses SAD a trabalhar durante os 90 minutos para sair do Campo da Mata com o resultado a seu favor.
No lançamento do jogo José Vala disse que, independentemente do resultado, veriam um Caldas motivado, sem pressão e a querer oferecer um grande espetáculo aos adeptos que comparecessem nas bancadas do Campo da Mata. E assim foi.
O técnico escalou um 11 muito próximo daquele que mais vinha a render, antes de o plantel ter sido assolado pelo surto de covid-19, com Militão de regresso ao trio de centrais, Yordi a voltar ao meio-campo e João Silva a ser a surpresa, ao ocupar o corredor esquerdo.
O Caldas voltou a ser a equipa intensa, talvez até mesmo com um nível de intensidade acima do normal na procura da bola, e muito mais objetivo no último terço do terreno. E só assim poderia ter discutido com um Belenenses SAD que vinha bem avisado daquilo que o Caldas podia fazer e que, por isso, não facilitou.
De resto, o jogo teve todos os condimentos para deitar o Caldas abaixo. Um golo sofrido a frio, ainda nem estava completo o terceiro minuto de jogo. Um segundo golo sofrido num lance que começou com André Sousa fora do campo a trocar uma meia destruída por uma entrada perigosa de Abel Camará, e durante o qual Luís Paulo esteve deitado no relvado num pedido de assistência que não foi atendido. Um lance claro de grande penalidade sobre André Perre que ficou por assinalar. E dois golos de rajada a começar a segunda parte.
Mas para tudo o que o jogo teve para atirar ao Caldas, os guerreiros que formam esta Armada da Rainha tiveram uma resposta pronta e clara para dar. João Tarzan bisou e empatou o jogo, duas vezes, na primeira parte, um dos golos de calcanhar. Militão reduziu na segunda parte e João Tarzan só não voltou a empatar o jogo (65’) porque Álvaro Ramalho, acabado de substituir Luiz Felipe na baliza azul, fez uma enorme defesa.
O Caldas manteve sempre o jogo vivo, quase até final. Teve mais posse de bola, mais cantos, mais ataques perigosos. Mas os azuis tiveram o mérito de nunca substimar o Caldas e só isso lhes permitiu sair com a vitória. E o Caldas só pode sair moralizado do jogo. ■