João Almeida (Deceuninck Quick-Step) foi sexto classificado no contrarrelógio deste sábado, 14ª etapa do Giro D’Italia, e estendeu a liderança da geral para 56 segundos sobre Wilco Kelderman (Team Sunweb) e 2m11 para o espanhol Pello Bilbao.
A “pantera das Caldas”, como já está a ficar conhecido no meio do ciclismo, ficou a 1m31 do vencedor da tirada, o italiano Fillipo Ganna (Ineos), mas acabou por ser um dos grandes vencedores do dia, em conjunto com o norte-americano Brendon McNulty (Emirates), os corredores do top 10 que ganharam tempo a toda a concorrência.
João Almeida, que correu pela primeira vez na sua carreira um contrarrelógio tão longo (34,1 km), aproveitou as duas fases de subida para dar tudo e foi nestes planos mais inclinados que fez as diferenças para os mais diretos adversários, sobretudo Wilco Kelderman, que após perder 13 segundos na primeira subida para o jovem caldense, chegou a estar a curtos três segundos, para depois voltar a perder tempo na fase final do percurso.
Além do holandês, João Almeida ganhou perto de minuto e meio aos trepadores, o que lhe dá uma boa margem para se defender na etapa de domingo, em alta montanha, antes do dia de folga, que será na segunda-feira.
“Estou super feliz com a corrida que estou a fazer”
No final da etapa, João Almeida disse que estudou o percurso e traçou um plano para atacar o contrarrelógio, que resultou. “A parte mais fácil de ganhar tempo é na subida e foi aí que dei tudo”, afirmou.
O jovem caldense, de 22 anos, diz que acabou por ganhar mais tempo do que esperava. “Estava a contar perder algum tempo para o [Wilco] Kelderman e que o [Vicenzo] Nibali ficasse perto, foi muito positivo para mim. Amanhã vou começar tranquilo, sem qualquer pressão”, disse na conferência de imprensa.
O líder da Deceuninck Quick-Step para esta prova disse que continua a sentir-se bem. “Mentalmente estou focado. Todos estamos um pouco cansados, amanhã é uma etapa muito importante, depois podemos descansar um pouco. Estou a aprender todos os dias, indo bem ou mal, vamos ver como o corpo reage na última semana”, disse, a propósito de estar a entra, pela primeira vez, numa terceira semana de prova.
Questionado sobre se entrar nos sprints finais não lhe causava desgaste, João Almeida foi taxativo. “Não tenho medo! No fim toda a gente gasta energia e não acho que um sprint faça tanta diferença na última semana. Um ataque na montanha talvez faça. Estou super feliz com a corrida que estou a fazer – e sem a minha equipa não seria possível -, continuo a fazer a corrida e veremos o que dá cada dia”, concluiu.