Prova teve grande impacto local, com 37% dos inscritos oriundos das Caldas da Rainha
Mais de 850 atletas marcaram presença na primeira edição da Meia Maratona Rainha Dona Leonor, que na manhã de domingo animou as ruas da cidade. O caldense César Isidro e a penichense Sara Espanhol gravaram os seus nomes como os primeiros vencedores da competição principal.
Os dois vencedores da meia maratona não esconderam o orgulho e a satisfação com o desafio. César Isidro, atleta do CA Óbidos, venceu a prova masculina ao completar os 21,1 km em 1h19m00, seguido do companheiro de equipa Marcus Bonito e de Francisco Paramos, que completaram o pódio. O vencedor elogiou a organização e o percurso. “A prova tem todas as condições para crescer. Cada percurso tem o seu desafio, e este é espetacular”, disse, sublinhando algumas dificuldades de um trajeto que levou os atletas da pista de atletismo do Complexo Desportivo Municipal até à entrada sul, na rotunda da antiga EDP, com duas passagens junto à estátua da Rainha Dona Leonor. De volta ao complexo desportivo, os atletas seguiram para a Variante Atlântica até à antiga Green Hill, regressando depois à pista de atletismo, onde estava a meta para todos os percursos (meia maratona, 10km e 5km). Já Sara Espanhol, vencedora feminina, destacou o esforço, após ter corrido na véspera os 10 km da Nazaré. “Foi uma prova dura, mas muito gratificante. Estou muito contente”, disse.
No total, correram a meia maratona 222 atletas.
Nos 10 km, que tiveram a participação de 266 atletas, Vítor Cerqueira foi o vencedor da geral, à frente de Délio Ferreira e José Mota, todos do CA Perafirme. Na prova feminina venceu Inês Belbute, atleta do Arneirense, com Carolina Correia e Joana Correia a completarem o pódio.
O programa de domingo teve ainda a distância dos 5km, em corrida ou caminhada, que não teve classificação, mas que elevou o número de participantes acima dos 850, segundo dados do município. A prova teve 41% de inscritos do género feminino e 37% dos participantes foram caldenses, marcando uma forte aceitação da comunidade local.
Na tarde de sábado, o programa começou com as provas jovens nos escalões de benjamins A e B, infantis e iniciados, também com uma presença assinalável de jovens, que correram 300, 500, 700 e 1000 metros e ainda puderam experimentar o arremesso do vortex, numa parceria com o Arneirense.
A iniciativa teve como padrinho o atleta olímpico João Pereira, que apesar de ter compromissos de agenda para o fim de semana fez questão de os adiar para poder marcar presença quer na corrida jovem, quer depois na prova principal. O atleta olímpico não escondeu a emoção ao ver a participação das gerações mais novas. “Mais do que ganhar, o importante era divertirem-se. Foi fantástico vê-los a dar o melhor, os sorrisos, a felicidade de chegarem à meta. É incrível!”, exclamou o triatleta. João Pereira elogiou as condições da pista e o potencial de crescimento da prova. “Com o tempo, mais gente vai querer preparar-se e participar. Vai ser uma referência”, acredita. João Pereira elogiou, ainda, o município caldense “por investir no desporto e acreditar em eventos de corrida, que estão cada vez mais populares, trazem muitas pessoas à cidade e também pessoas a iniciar a prática desportiva”, assinalou.
Na tarde de sábado, a prova dos mais jovens teve duas visitas surpresa, ambas medalhadas olímpicas, Rosa Mota e Susana Feitor, que estiveram nas Caldas no âmbito de uma outra ação. Susana Feitor, presidente da Fundação do Desporto, destacou a importância de fomentar a atividade física desde cedo. “Aquilo que mais gosto de ver é a participação das famílias. O objetivo é incentivar a prática regular, seja qual for a modalidade”, sublinhou.
Para o presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Vítor Marques, o balanço foi claramente positivo, apesar do número de inscritos ter ficado ligeiramente aquém da ambição inicial. Ainda assim, o autarca realça a importância do evento. “É uma prova que promove o desporto, envolve a comunidade, aproveita o investimento feito nas infraestruturas e traz pessoas de fora à nossa cidade”, disse.
A autarquia investiu cerca de 30 mil euros na organização e já está a pensar na segunda edição, prevista para março de 2026. “Queremos consolidar este evento no calendário, aproveitar uma época com menos concorrência de provas e continuar a envolver os nossos parceiros locais, que foram fundamentais nesta estreia”, concluiu.