Quarto jogo sem marcar coloca o Caldas abaixo da linha de água

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Gazeta das Caldas
A entrada de Pedro Emanuel criou a referência na área, mas o Caldas não conseguiu colocar bem a bola na área

Campo da Mata, Caldas da Rainha
Árbitro: Hugo Silva, AF Santarém
Assistentes: Duarte Escudeiro e Rui Cabeleira

CALDAS 0
Natalino [2]; Militão [3], Rui Almeida [3] (C), Rony [3] e Cascão [3]; Paulo Inácio [3] e André Santos [3] (Felipe Ryan [2] 61’); Cruz [2] (Farinha [2] 30’), Marcelo [2] (Pedro Emanuel [2] 69’) e Januário [2]; João Tarzan [2]
Não utilizados: van Zeller, Clemente, Simões, Araújo
Treinador: José Vala

PÊRO PINHEIRO 0
Ivan; Passos, Nelson Graça, Samiro e Maurício; Tiago Francisco (C) e Segun (Cláudio Jerónimo 25’); Luís leite, Honrado e Viegas (Ilmo 72’); Botas (Romário 60’)
Não utilizados: Carlos, Vadinho, Ricky, Alcides
Treinador: Jorge Prazeres
Disciplina: amarelo a Ricardo Viegas (15’), Luís Leite (52’), Paulo Inácio (90’+3)

O Caldas empatou sem golos, estendeu para quatro a série de jogos sem marcar e voltou a cair abaixo da linha de água. A interrupção do campeonato, que só reata a 7 de Janeiro, não poderia vir em melhor altura.
A má exibição em Alcanena terá levado José Vala a operar uma mini-revolução nos escolhidos para este encontro. Clemente, Simões e Ryan ficaram no banco e deram lugar a Cascão, André Santos e Cruz.
O Caldas até começou bem, com uma pressão ofensiva que causou dificuldades à equipa do Pêro Pinheiro para se organizar quer em termos defensivos, quer ofensivos. André Santos assumia a batuta do jogo do Caldas e no primeiro quarto de hora lançou os dois melhores lances. Primeiro, Cascão entrou bem à esquerda mas não estava ninguém a jeito de responder ao centro rasteiro. Depois o médio isolou Cruz que entrou bem na área, passou Ivan mas não conseguiu, por duas vezes, bater o experiente central Nelson Graça. O melhor período do Caldas terminava ao minuto 19 com um centro de Cruz à direita para um mergulho de cabeça de Marcelo que levou a bola a tocar a rede, mas pelo lado de fora.
Jorge Prazeres não gostava da forma como o Caldas conquistava a bola tão à frente no campo e mexeu na estrutura da equipa. O médio Segun, que estaria com um problema nas botas, deu lugar ao central Cláudio. A equipa do concelho de Sintra ficou a jogar com três centrais, num 3-5-2 que, para mal do Caldas, lhe deu muito maior estabilidade nas zonas defensiva e intermédia. Quase ao mesmo tempo o Caldas perdia Cruz com um problema físico.
Com a superioridade na zona intermédia perdida e os movimentos laterais maniatados, o Caldas perdeu o fulgor ofensivo e começou a perceber-se mais a falta de um homem de área a servir de referência para o jogo ofensivo. O Pêro Pinheiro melhorou também nas saídas e numa delas Natalino teve que se aplicar para evitar o golo.
Com João Tarzan mais presente nessa zona do terreno e Militão a criar mais vezes desequilíbrios no seu corredor, o Caldas forçou a procura do golo na segunda parte, mas a precisão dos ataques nunca foi a melhor. Apenas num livre o avançado do Caldas teve posição clara para visar a baliza e obrigou Ivan à defesa da tarde. E nem mesmo o regresso de Pedro Emanuel trouxe melhoria à eficiência atacante.

Gazeta das CaldasMELHOR DO CALDAS
André Santos 3
Assumiu o comando do jogo na fase inicial e construiu alguns dos melhores lances colectivos da equipa. Foi sempre dos mais inconformados com o nulo até sair forçado por um problema físico.

André Santos, jogador do Caldas
Não há dramas
Era importante entrarmos bem no jogo, fizemos isso, criámos oportunidades. Mais uma vez a bola não entrou, não se pode dizer que o problema está nos avançados ou nos defesas, é de todos. Eles ganharam confiança e começaram a sair. Depois entrou alguma intranquilidade, a jogar mais com o coração que com a cabeça. Não há dramas, há muito campeonato e os golos vão aparecer. Tenho jogado de forma intermitente, é a opção do mister e há que aceitar, trabalho para continuar a jogar. Tenho a confiança do mister arriscar o remate à baliza, às vezes sai, outras vezes não.

José Vala, treinador do Caldas
Há situações para rectificar
Entrámos bem, com dinâmica e a explorar os corredores, mas começámos a perder o controlo do jogo, não conseguimos estar sempre em cima do adversário e com situações de cruzamento, e nas que tivemos falhámos muito. O Caldas tem que ficar nesta divisão, se não for com este treinador tem que ser com outro. Estávamos a jogar bem, mesmo com os empates com Praiense e Vilafranquense e não é a derrota em Alcanena que faz deixar de acreditar. Há situações para rectificar e vamos trabalhar nisso.

Jorge Prazeres, treinador do P. Pinheiro
Empate justo
Foi um jogo difícil de segurar, apesar de termos tido também duas ou três chances para marcar, mas o empate é o resultado justo. Com a substituição encaixámos melhor no jogo do Caldas e esse ajuste deu-nos mais conforto.