Os alvinegros estiveram inspirados e nem a chuva incessante os impediu de oferecer um bom espectáculo | Joel Ribeiro
Campo da Quinta da Boneca, Caldas da Rainha
Árbitro: David Salvador, AF Setúbal
Assistentes: João Lourenço e Maio Quendera
CALDAS 2
Luís Paulo [2]; Juvenal [3], Militão [4], Rui Almeida [3] (C) e Clemente [3]; Paulo Inácio [4], Odair [3] e Marcelo [3] (Cruz [2] 67’); Farinha [3] (Araújo [3] 81’), Felipe Ryan [3] (Simões [1] 89’) e João Tarzan [3]
Não utilizados: Natalino, Rony, Bé, Januário
Treinador: José Vala ALCANENENSE 1
Fábio Ferreira; Itto, Daciel, Luís Oliveira e Peu (Ciloglu 45’); Faia (C) e Aílson; Carlos Oliveira, Vladimir (Bruno Ferreira 45’) e Abdel; Handerson (Izi 32’)
Não utilizados: Francisco Silva, Charley, Avito, Pedro Diniz
Treinador: José Torcato
Ao intervalo: 1-1
Marcadores: Felipe Ryan (24’ gp), Carlos Oliveira (45’) e João Tarzan (56’)
Disciplina: amarelo a Clemente (59’) e Izi (71’). Vermelho directo a Itto (23’)
No regresso às origens – leia-se ao campo onde muitos dos jogadores do plantel se formaram – os alvinegros estiveram inspirados e nem a chuva incessante os impediu de oferecer um bom espectáculo aos cerca de 500 corajosos que também enfrentaram a intempérie. Só faltaram mesmo mais golos num jogo dominado de início ao fim, apenas com um percalço pelo meio que resultou no golo dos visitantes.
A situação confortável na tabela classificativa também proporcionou aos alvinegros a possibilidade de jogarem de forma tranquila e isso passou para o futebol apresentado. O Caldas trocava a bola de forma alegre, procurando os flancos e movimentos interiores para tentar o golo. Farinha e Ryan eram os mais intensos no remate. Mas era justamente no último capítulo que o Caldas ia pecando, talvez acusando a ausência de Pedro Emanuel como referência na área. O avançado foi poupado nesta partida, tal como será na deste domingo em Pêro Pinheiro, por serem jogadas em relvado sintético.
Mas o futebol ofensivo do Caldas acabou por dar os seus frutos ao minuto 23. Jogada em bom ritmo a envolver vários jogadores, Farinha fez a assistência para Tarzan, a bola acabou por entrar após uma carambola, mas o árbitro apontou grande penalidade e expulsou Itto por ter defendido antes a bola com o braço. Ryan transformou o castigo de forma exímia.
O Caldas vencia e dominava, perante um Alcanenense que, ferido, não conseguia estender as linhas para a frente. Mas teve um golpe de sorte a fechar a primeira parte. Numa bola comprida, os centrais do Caldas deixaram a bola para Luís Paulo, mas esta bateu numa poça e traiu o guardião, Carlos Oliveira estava no sítio certo e empatou.
Na segunda parte o Caldas manteve a toada à procura do golo, com um protagonista “improvável”. O central Militão foi quem criou mais desequilíbrios na frente, ora por aparecer na zona de finalização, ora tentando servir directamente companheiros na área. E acabou por ser feliz ao minuto 56. Um passe vertical que serviu o génio de João Tarzan na área, com um toque em habilidade tirou o guarda-redes do caminho e desfez a igualdade.
Araújo foi, depois, quem mais teve perto de ampliar a vantagem, mas nem a barra nem Izi permitiram que o jovem avançado se estreasse a marcar pela equipa principal.
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MELHOR DO CALDAS Militão 4
Envolvido no lance que a fechar a primeira parte deu o empate ao Alcanenense, fez de tudo na segunda para garantir o triunfo. Apareceu duas vezes na área a finalizar, mas foi com um passe certeiro para o golo de João Tarzan que acabou por ser decisivo para a vitória.
| D.R.
André Simões, jogador do Caldas O JOGO DAS NOSSAS VIDAS
Com os três pontos assegurávamos a manutenção e isso foi conseguido. A vitória é justa e peca por escassa. Agora vamos estar focados no resto do campeonato porque temos uma camisola para dignificar, mas pensar também no jogo da meia-final que será o mais importante das nossas vidas. A nível pessoal era importante voltar após tanto tempo parado e agora sou mais um para ajudar, seja dentro ou fora das quatro linhas.
| D.R.
José Vala, treinador do Caldas PECÁMOS NA FINALIZAÇÃO
Foi um jogo controlado. Fizemos o golo e o Alcanenense ficou com 10, baixaram mais o bloco. Sofremos um golo por a bola prender na água e por desatenção, era um perigo que corríamos. Fizemos o segundo golo e pecámos na finalização.
José Torcato, treinador do Alcanenense GOLO CONSENTIDO
O grupo bateu-se, com um jogador a menos e acabámos por sofrer um segundo muito consentido. Se calhar ficamos despromovidos, mas era um campeonato difícil para nós. Desejar toda a sorte para o Caldas em ir à final da Taça e dar os parabéns à cidade pela mobilização que fez no seu apoio, e que continuem. J.R.