Rodrigo Amaro quer foco na “exigência e no compromisso”

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Presidente do Caldas está a iniciar segundo ano de mandato
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José Vala vai manter-se no comando técnico e equipa vai treinar mais cedo. Presidente faz balanço positivo da época e do primeiro ano de mandato

O Caldas Sport Clube fechou a sua participação na Liga 3 com “objetivos alcançados” e prepara-se para iniciar a próxima época com um leque de medidas destinadas a reforçar o rendimento desportivo e a organização interna do clube. Em entrevista de balanço de época e um ano de mandato, Rodrigo Amaro, presidente do clube, confirmou à Gazeta das Caldas a renovação de José Vala como treinador para a próxima época e alguns ajustes orgânicos com vista a dar mais competitividade à equipa.

O líder do clube salienta que “concluímos o principal objetivo, que era garantir a manutenção, e estivemos na luta pelos lugares cimeiros até quase ao fim”. A ambição de terminar entre os quatro primeiros não se concretizou, mas Amaro salienta que “até por uma questão de realismo, sabíamos que íamos entrar numa fase de adaptação, com nova direção, orçamento reduzido e aposta em alguns jogadores sem experiência prévia na Liga 3”.

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No plano financeiro, a direção conseguiu travar o histórico recente de défice na gestão do clube. “Da nossa análise preliminar aos números, vamos fechar o exercício praticamente ‘no zero’, sem grandes ganhos, mas sem prejuízos” afirma Rodrigo Amaro. Para tal, o Caldas recorreu a uma combinação de fatores, a começar por uma redução de custos no próprio plantel, que além de mais curto, teve ajuste de salários à situação financeira do clube. Ao nível da receita, a direção conseguiu o inverso, ao reforço de receitas, com crescimento sobretudo ao nível da publicidade, mas também na gestão dos espaços como o bar da Quinta da Boneca. “Tem que haver um bocado de criatividade de quem está à frente do associativismo para obter receita, para depois conseguirmos fazer face às nossas responsabilidades”, salienta Rodrigo Amaro”.

Com o equilíbrio financeiro e desportivo, o clube está a desenhar a próxima época com foco na “exigência e no compromisso”, sublinha o presidente do Caldas. Um dos primeiros passos foi garantir a continuidade de José Vala no comando da equipa técnica. Se a esse nível haverá estabilidade, assim como no plantel, do qual é para manter a espinha dorsal, há uma mudança com a qual Rodrigo Amaro espera provocar um impacto positivo. “Vamos passar a treinar mais cedo, para oferecer melhores condições ao plantel. Os atletas poderão conciliar trabalho, estudos ou rotina familiar com maior facilidade, chegando a casa a horas para descansar e recuperar estar presentes para a sua família”, explica o presidente. O novo horário ainda não colocará o plantel a treinar no período da manhã, como acontece na maioria dos clubes da Liga 3, que têm plantéis profissionais, mas Rodrigo Amaro acredita que esse ajuste poderá já contribuir para uma melhor preparação da equipa.

“Pode ser um pormenor, mas às vezes é nos pormenores que se define quem fica nos quatro primeiros e nós queremos, com estes ajustes, criar condições para que, nessa fase da época, estejamos fortes e consigamos ficar eventualmente nos quatro primeiros pela primeira vez, que é o sonho, é o objetivo”, completa.

No mercado, o Caldas já sinalizou a necessidade de reforçar a linha defensiva, devido à despedida de Militão e à longa recuperação de Edu Monteiro, que teve uma intervenção cirúrgica para reparar uma rutura ao nível dos ligamentos do joelho e só deve estar disponível para jogar no início de 2026. “Teremos de ir ao mercado por jogadores experientes, que encaixem no perfil do grupo e no orçamento”, disse o dirigente, que não descura igualmente promoções de atletas atualmente no plantel de sub-23 do clube “onde há muito potencial” afirma, dando nota da boa época da equipa na Divisão de Honra distrital e na Taça distrital, da qual é finalista.

Apesar do equilíbrio que se prevê para o orçamento da corrente época, Rodrigo Amaro diz que o da próxima não irá aumentar. A verba disponível para a equipa principal deverá manter-se, “mas o orçamento geral do clube pode baixar, sentimos que temos margem para reduzir alguma despesa”, aponta.

Ao nível da formação, Rodrigo Amaro reconhece que “foi um ano desafiante”. Quando o elenco dirigente que comanda assumiu o clube, foi necessário dar prioridade à preparação da equipa principal. “Houve coisas que podiam ter sido melhores. Havia um desconhecimento maior, houve algumas falhas de comunicação que foram talvez criando alguma desconfiança de algumas pessoas em relação ao nosso trabalho”, aponta.

Mesmo assim, Rodrigo Amaro nota que houve investimento em melhoria das infraestruturas na Quinta da Boneca, nomeadamente nos balneários, bancos de suplentes, zona social. E acredita que a próxima época será encarada de outra forma ao nível da organização, uma vez que o planeamento já está a ser feito “há três meses”, adianta.

O presidente do Caldas, que entra agora no segundo ano do seu mandato, destaca ainda a criação da figura do diretor geral do clube, “uma extensão da direção que faz o elo de ligação com os colaboradores e as diversas secções”, que fazia parte do programa eleitoral. “Vem permitir à direção um acompanhamento mais atento das atividades diárias do clube. O Ricardo Oliveira é um apaixonado pelo Caldas, conhece o clube por dentro e traz experiência em organização desportiva que acumulou na Federação Portuguesa de Badminton e da Associação Desportiva de Alvorninha. Era uma necessidade que o clube tinha e, se calhar, até tem necessidade de ter mais um ou dois elementos remunerados com capacidade para pensar o clube a tempo inteiro”, concluiu.

Entretanto, a época do clube prossegue até 8 de junho, dia em que encerra as atividades com o Arraial do Caldas. Antes, a 16 de maio há jantar de aniversário no restaurante Paraíso do Coto, a 29 de maio realiza-se a Gala do Caldas e a 6 de junho uma noite de fados, no mesmo restaurante.

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