Vitória e exibição cheia de cor do Caldas contra o Oleiros. Sem pressão, e mesmo com alguma rotação no plantel, o pelicano ofereceu um belo espectáculo aos adeptos presentes na despedida da época no Campo da Mata.
José Vala já tinha prometido que assim que a manutenção estivesse garantida ia querer ver outros jogadores em acção, mas também tinha dito que queria o Caldas o mais acima possível na tabela. Para a recepção ao aflito Oleiros o técnico fez várias alterações. Natalino entrou para a baliza, Cascão para a lateral esquerda, Cruz para a ala direita e João Rodrigues para o centro do ataque. Esta última alteração promoveu igualmente o recuo de Johnny para uma função de trequartista, que no futebol italiano caracteriza o jogador que vagueia por todo o último terço do campo, sem posição fixa, assumindo um papel entre um segundo avançado e um médio ofensivo.
Um papel que cai como uma luva nas características do 32 alvinegro, que foi um problema bicudo para a defensiva do Oleiros, do primeiro ao último minuto do jogo.
As substituições não descaracterizaram em nada a equipa, pelo contrário. Esta surgiu organizada, com entreajuda forte e muita alegria no jogo. Até ao primeiro golo só deu Caldas e o golo foi a cereja no topo do bolo desses vinte minutos de grande qualidade. Num lançamento lateral à direita, Johnny cruzou para João Rodrigues, de costas para a baliza o avançado ensaiou um pontapé de bicicleta que entrou junto ao vértice esquerdo da baliza de João Gomes.
O golo acalmou a formação caldense, que no entanto nunca baixou a guarda e não permitiu situações de perigo junto à sua baliza. Já o mesmo não se podia dizer das transições do Caldas, quase sempre com Johnny como protagonista.
Mesmo assim, o intervalo chegou com apenas 1-0. Na segunda parte os primeiros 10 minutos foram de equilíbrio, mas a partir daí o Caldas voltou a soltar-se. A expulsão do guarda-redes João Gomes, por defender com as mãos fora da área um remate para golo de Diogo Bento, acabou com as hipóteses dos visitantes, mas já antes Johnny tinha atirado uma bola ao poste. No livre, Cascão também acertou no ferro.
O Caldas não parou de procurar o golo e quem o encontrou foram Cruz e Marcelo, à passagem do minuto 81. Cinco minutos depois, Vítor Rodrigues entrou para marcar um canto e na sobra Diogo Bento fechou as contas do jogo.
MELHOR DO CALDAS
Johnny 4
Aproveitou toda a liberdade que teve no papel do clássico trequartista para espalhar classe no relvado da Mata. Jogou – se jogou – e fez jogar a equipa, foi uma ameaça constante e uma dor de cabeça para quem o tentava (sem ponta de sucesso) marcar. Fez a assistência para João Rodrigues, só lhe faltou mesmo o golo que o poste lhe negou ao minuto 61.
Vítor Rodrigues, jogador do Caldas
Tranquilos
Foi uma vitória bem conseguida da nossa equipa. Estávamos mais tranquilos mas o objectivo era ganhar e conseguimos. O mister já tinha dito que ia dar oportunidades a quem tinha jogado menos, dei tudo o que tinha para dar para ajudar, não me importa os minutos que o mister me mete a jogar, vou dar sempre tudo para ajudar o Caldas. Percebi esta temporada que não é preciso jogar muito para aprender, mas sim dar tudo nos treinos, há muita malta com qualidade no plantel e aprende-se muito com eles.
José Vala, treinador do Caldas
Grande jogo
Fizemos um grande jogo, entrámos tranquilos jogámos com outro à vontade. O Oleiros não teve uma oportunidade de golo, fomos construindo o resultado, respeitando o jogo e o campeonato. Este jogo foi o espelho do Caldas em casa.
Paulo Machado, treinador do Oleiros
Expulsão condicionou
Não entrámos muito bem, até ao golo do Caldas tivemos intranquilidade e dificuldade para ter bola. Na segunda parte entrámos bem, o Caldas estava com as linhas baixas, a expulsão do João condicionou o jogo e não tivemos argumentos para tentar dar a volta. Continuamos a depender de nós e isso é um factor que por si só nos deixa confiantes.