Foi um dos três jogadores a dar o salto do Caldas para a 2ª Liga no final da época 2017/18, na qual os alvinegros brilharam na Taça de Portugal, e o único que se afirmou na competição. Nesta segunda época em Oliveira de Azeméis, estava a ser um dos protagonistas do bom momento do 11º classificado. O número 8 que ostenta na camisola, o seu estilo de jogo e a estatura faz com que já o apelidem de “Moutinho”, numa alusão ao internacional português do Wolverhampton
A temporada não lhe começou da melhor forma, com uma lesão a impedi-lo de cumprir a pré-época. Estreou-se à quarta jornada da liga e só falhou mais três jogos, dois por opção técnica e o último por ter visto o quinto cartão amarelo.
“Estava a ser uma época bastante positiva, notando que havia um crescente significativo na minha forma de jogar”, diz o médio de 24 anos à Gazeta das Caldas.
Antes de cumprir castigo, foi totalista em oito jogos consecutivos, numa fase bastante positiva da equipa, com quatro vitórias, dois empates e duas derrotas (ambas fora), que permitiram à UD Oliveirense instalar-se com tranquilidade a meio da tabela.
“Tive um pouco de sorte nesse aspecto, o meu crescimento na equipa coincide com o bom momento que atravessamos a nível colectivo”, aponta o médio.
Diogo Clemente acredita que o regresso a “casa” – a UD Oliveirense cumpriu os primeiros jogos no Municipal de Aveiro devido às obras no Estádio Carlos Osório – foi fundamental para a equipa. “Desde essa altura só perdemos com o Mafra, o que é significativo nesta liga, em que os jogos em casa são fundamentais”, realça o jogador, que reside no Olho Marinho.
Os 19 jogos somados esta época juntam-se aos 23 que realizou na passada, na qual se afirmou sobretudo na segunda metade da temporada.
“Na primeira época há sempre uma desconfiança, depois com a continuidade começam a olhar com outros olhos e hoje já mais pessoas sabem que é o Diogo Clemente”, diz o esquerdino, que já foi incluído numa lista do jornal Record entre os melhores jogadores a actuar na 2ª Liga.
Essa menção “é algo que dá muita motivação”, refere, acrescentando que ambiciona continuar a progredir e chegar à 1ª Liga. “Não sei se será daqui a um ano, ou mais tarde, mas tenho objectivos bem traçados, trabalho todos os dias para evoluir e acho que um dia vou lá chegar”, afirma.
CONVERSA DECISIVA
No entanto, quando chegou ao clube do distrito de Aveiro, teve dificuldade em impor-se. “Num treino de não convocados na manhã antes de um jogo, em conversa com um adjunto, disse-lhe que antes de ser lateral era médio centro, também podia jogar nessa posição”, recorda. Começou a treinar nas duas posições, até que a oportunidade de jogar no meio campo surgiu a abrir a segunda volta. O jogo era em Coimbra, contra a Académica e um conjunto de baixas entre os médios abriram-lhe a porta da titularidade no miolo.
“Perdemos 1-0, mas fiz um grande jogo e, a partir daí, só falhei um jogo por ter visto cinco amarelos”, conta.
A afirmação no meio-campo da equipa já lhe vale, entre os companheiros, a alcunha de “Moutinho”, numa alusão ao internacional português que alinha no Wolverhampton.
Diogo Clemente continua atento ao seu antigo clube, o Caldas, onde ficaram “muitos amigos”. “Fiz quatro épocas nos seniores que me deram muita maturidade e consistência”, refere. Quando pode continua a ir à Mata ver um jogo e sente ainda o carinho dos adeptos. “Perguntam-me como está a correr, e também me mandam mensagens pelas redes sociais”, conta.