Uma vigília consciente em defesa da cultura nas Caldas da Rainha

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    | D.R.

    Está a ser organizada nas Caldas da Rainha uma vigília em defesa do sector cultural. Esta manifestação vai respeitar as normas de segurança e quer alertar para a crise que está a atingir todos os profissionais que trabalham nas artes e que dinamizam a cultura

    No próximo dia 21 de Maio, às 9h00, terá lugar uma vigília cultural. A iniciativa vai decorrer não só em Lisboa como está igualmente a ser preparada para ter lugar nas Caldas da Rainha.
    “Trata-se de uma acção consciente que vai cumprir as normas de segurança que vigoram devido à pandemia”, explicou Tânia Leonardo, actriz e directora do Teatro da Pessoa, grupo sediado nas Caldas.
    A encenadora também faz parte da comissão organizadora desta iniciativa designada “Vigília Cultura e Artes – E se tivéssemos ficado sem cultura?”.
    A vigília não tem data e hora de término, dependendo da adesão à mesma, e terá duas formas de participação: Presencial e virtual.
    A forma presencial será assegurada através de grupos (composto por todos os que compõem o tecido cultural – desde os profissionais do sector ao público) que poderão ir de 2 a 8 elementos, no máximo por grupo, em vigília em frente, no caso de Lisboa, à Assembleia da República.
    No caso das Caldas da Rainha, a organização ainda não definiu o local de realização. Mas os participantes irão ostentar num cartaz com a frase: #VIGILIACULTURAEARTES – E SE TIVÉSSEMOS FICADO SEM CULTURA?, cartazes da responsabilidade da Comissão organizadora da Vigília, respeitando todas as normas de higiene e de distanciamento social.
    Noutros pontos do país, o local deverá ser decidido por um grupo informal que se forme em cada local e que deseje associar-se à Vigília Cultural e à sua identidade, cumprindo todas as medidas de segurança.
    A vigília é organizada por artistas, produtores, técnicos, assistentes de sala, aderecistas e técnicos de museus que pretende dar rosto e voz a todos os profissionais da cultura e das artes que ficaram sem qualquer fonte de rendimento “e que não encontraram soluções imediatas nas magras e escassas medidas implementadas pelo Estado e pelo Ministério da Cultura, não obstante as boas intenções, e junta-se a todos os movimentos que exigem uma estratégia a curto, médio e longo prazo para a cultura”, informa nota sobre o evento.
    A realidade do sector cultural é de grande precariedade e foi agravada pela pandemia revelando como é “hora de repensar, reestruturar e reajustar as condições laborais do sector cultural”, explica a mesma nota.
    Entre as várias reivindicações, esta vigília cultural pretende dar visibilidade às seguintes propostas e reivindicações: “A devida Legislação de todas as profissões que, actualmente, compõem o sector cultural, a criação do Estatuto do Profissional da Cultura, a  criação de uma política cultural ajustada às necessidades do sector”.
    Os interessados em fazer parte desta iniciativa de forma presencial nas Caldas da Rainha, deverão fazê-lo através do email accaopelacultura2020c.darainha@gmail.com
    A Comissão da vigília é composta por Anaísa Raquel (actriz e audiodescritora), André Imenso Cruz (produtor e relações públicas), Bárbara Rocha (produtora), Célia Pires (produtora), Clara Amante (produtora), Cláudia Matos (gestora cultural), Erica Rodrigues (atriz e performer), Joana Saraiva (audiodescritora e actriz), Luís Pimenta (actor e técnico de palco), Manuela Jorge (produtora cultural), Nuno Paulino (Artelier – Autor, dramaturgo Urbano e Espaço Público), Patrícia Caeiro (actriz e Coordenadora do Grupo de Teatro e Animação TEN_TART), Tânia Leonardo (actriz, técnica de expressão dramática e directora Teatro da Pessoa).