AIRO propõe nove eixos estratégicos para a economia do Oeste no horizonte 2030

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Empresários querem mais e melhores condições para a indústria

Propostas resultam da auscultação aos empresários no âmbito dos inquéritos de impacto da covid-19. Associação pretende reunir consenso dos autarcas dos 12 concelhos para afirmar o Oeste

 

A AIRO – Associação Empresarial da Região Oeste realizou no passado dia 9 de setembro as Jornadas Económicas do Oeste e apresentou o seu plano de apoio à recuperação empresarial do Oeste, composto por nove eixos estratégicos para o desenvolvimento económico da região no horizonte 2030.
Este documento estratégico, que foi construído após a auscultação ao tecido empresarial da região, pretende ser uma linha orientadora para o poder autárquico de forma a melhor aproveitar e direcionar os apoios que vão chegar através do Plano de Recuperação e Resiliência.
Neste plano de apoio, a AIRO considera como fatores a promoção de uma identidade da região Oeste e das empresas, a transição digital, a aposta na economia circular, a criação de plataformas colaborativas e uma oferta turística mais completa e diferenciada.
O estudo aponta, ainda, como uma das grandes prioridades a qualificação dos recursos humanos.
Jorge Barosa, presidente da AIRO, disse que “a economia e a sustentabilidade das famílias e das empresas é fundamental”, e foi isso que levou a associação a elaborar este plano, para o qual juntou, igualmente, muitas das forças vivas da região e também todos os candidatos às próximas eleições autárquicas.
O objetivo do documento revelado na semana passada é “ajudar a agenda de trabalho política e económica com um melhor contributo para a afirmação do Oeste como região mais coesa, sustentável e competitiva”. Esta será “uma base de arranque para fazermos o desenvolvimento económico da região”, afirmou, acrescentando que é um documento colaborativo e que não está fechado.
O primeiro dos nove eixos estratégicos é a criação de uma marca para o Oeste, que facilite a comunicação como um todo. Sérgio Félix, secretário-geral da AIRO, deu como exemplo o termalismo. “Se os quatro que têm termalismo trabalharem juntos a sua promoção, os resultados serão melhores”, defendeu.
Esta marca deve, no entanto, comunicar o Oeste como um todo. “Temos no Oeste produtos com uma identidade forte, é fundamental comunicar esses produtos na sua globalidade, como recursos endógenos”, sublinhou Sérgio Félix.

Uma reindustrialização
O segundo eixo defendido pelo documento é a reindustrialização da região. E novamente aqui o apelo é que a aposta seja feita em conjunto e não cada concelho por si. A associação defende mesmo que criar áreas empresariais com dimensão para atrair investimento internacional com dimensão pode mesmo ter que passar por investimentos conjuntos.
Esta reindustrialização deve ser preparada em conjunto com os centros de formação e investigação que já existem na região e não pode esquecer questões como as energias renováveis.
Sérgio Félix lembrou que estão em vista aumentos consideráveis nos custos energéticos, o que será um problema para a competitividade das empresas. Mas, por outro lado e não menos importante, a pegada ecológica já é fator eliminatório nalguns mercados de exportação com dimensão para a economia nacional.
De resto, três dos eixos estratégicos são nesta área: a aposta na economia circular e na bioeconomia.
Outro eixo fundamental para a economia do Oeste no médio prazo será a economia azul, ligada ao mar, onde o Oeste “pode ser um principal cluster, porque não da Europa”, defendeu, ainda, Sérgio Félix.
Não menos importante são os recursos humanos. A mão-de-obra é, já hoje, um dos grandes problemas para os empresários da região. Primeiro é preciso haver formação especializada, o que obriga a uma estreita colaboração entre os centros tecnológicos e as empresas, como forma de “resolver a competitividade”.
Mas estes centros de formação também precisam de ver melhoradas as suas estruturas. “Vamos fazer um levantamento anual de necessidades e fazer lobbying para que possam ter equipamentos necessários”, afirmou Sérgio Félix. Além disso, é necessário atrair mão-de-obra estrangeira, o que, entre outros fatores, obriga a aposta em áreas como a habitação, saúde e transportes, que constituem, também, um dos eixos estratégicos apontados.
O sétimo eixo estratégico é a gestão e inovação, no qual o foco terá que ser a internacionalização. A AIRO defende que essa deve ser uma visão estratégica das empresas, independentemente da sua dimensão, mas para isso será necessário criar plataformas colaborativas.
Tudo isto desemboca no turismo, que a associação refere que deve ser tratado de forma “integrada, com os vários produtos que a região tem para oferecer, desde o mar à serra, da agricultura ao turismo industrial”, sublinhou Sérgio Félix. Recursos com os quais “facilmente conseguimos combater a sazonalidade”, acrescentou. ■