As 100 maiores cooperativas do país geraram mais de 2,3 mil milhões de euros

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As cooperativas do ramo agrícola, em especial as do leite, têm forte presença entre as maiores | DR
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Agricultura e comércio são os ramos cooperativos mais representados na lista e também os que geram mais volume de negócios. Cooperativas da área do ensino têm mais emprego por entidade

As 100 maiores cooperativas do país geraram em 2018 receitas globais de 2,32 mil milhões de euros, segundo o relatório da Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES).
Este volume de negócios representa um aumento de 4,8% em relação ao ano anterior.
A maioria das cooperativas listadas aumentou o seu volume de negócios entre 2017 e 2018, apenas 21 viram o seu volume de negócios decrescer, em média 7,2%.
Os dois lugares cimeiros da lista são ocupados por duas cooperativas ligadas ao comércio no setor farmacêutico. Estas são a COOPROFAR – Cooperativa dos Proprietários de Farmácia, do Porto, e a PLURAL – Cooperativa Farmacêutica, de Coimbra. Em conjunto, totalizaram 588 milhões de euros em vendas, um quarto do valor total.
Ao nível dos setores, é o ramo agrícola que tem um peso maior na lista das 100 maiores, sendo responsável por mais de metade do volume de negócios total e ocupando seis das dez primeiras posições. Entre as cooperativas ligadas ao setor agrícola, as de maior dimensão atuam no ramo dos lacticínios e também da produção e comércio de azeite.
O segundo setor mais importante na lista é o do comércio, que gerou um terço do volume de negócios total das 100 maiores.
Em relação ao emprego, o conjunto das 100 maiores cooperativas do país garantem 7483 postos de trabalho, mais 367 do que em 2017. O valor total diz que estas 100 cooperativas empregaram uma média de 75 trabalhadores. Houve 45 cooperativas que aumentaram a sua força de trabalho, enquanto 31 decresceram o seu número.
Também neste âmbito o ramo agrícola tem um peso preponderante, tendo gerado 44,9% dos postos de trabalho, seguindo-se o ensino (36,1%) que é, de longe, o que apresenta o maior número médio de trabalhadores por unidade, superior a 270. Além deste, destaque para as quatro cooperativas dos serviços, que concentram mais de 8% do emprego total da lista.
Quanto ao desempenho financeiro destas 100 maiores cooperativas do país, é de notar que geraram 38,44 milhões de euros em resultados líquidos, com apenas 13 entidades a apresentar valores negativos. No entanto, mais de metade das cooperativas listadas viram um decréscimo dos seus resultados em relação ao ano anterior.
A agricultura continua a ser o ramo com maior preponderância, responsável por mais de metade dos resultados líquidos.

As 100 maiores geraram mais de 38 milhões de euros em lucros e emprega mais de 7 mil pessoas

É ainda de salientar que a generalidade destas cooperativas apresenta níveis elevados de liquidez, são financeiramente autónomas e solváveis.
Quanto à estratificação do ramo das cooperativas da lista das 100 maiores, a agricultura representa mais de três quartos do total da lista. São 76 cooperativas ligadas à agricultura, mesmo assim menos uma do que no ano passado. O setor que mais se aproxima é o do ensino, com 10 cooperativas, mais uma do que no ano passado.
Nas 100 maiores de 2018 estão representados oito ramos cooperativos. Além dos dois primeiros, entram nesta lista os setores do comércio, dos serviços, pescas, crédito, cultura e a construção, que é entrada nova.
Em relação ao ano passado, o Ramo de Solidariedade Social deixou de estar representado.
Já na distribuição geográfica, é nas zonas litorais que se encontram a maior parte das 100 maiores, nomeadamente dos distritos de Lisboa, Porto e Coimbra onde se encontram sediadas 44% destas organizações. O Porto foi o que mais aumentou em número de cooperativas (mais três), Évora o que mais reduziu (menos duas), e Castelo Branco foi o único distrito sem representação na lista das 100.
As cooperativas do ramo agrícola da lista estão dispersas por todos os distritos contemplados, embora em maior número no Porto, Santarém e Coimbra. Já o volume de negócios apresenta uma concentração diferente da do número de cooperativas, com Aveiro a trocar com Santarém no segundo lugar, enquanto ao nível do emprego, Lisboa surge em primeiro, seguida do Porto e Coimbra.

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Oeste bem representado
O Oeste está representado nesta lista e numa posição de destaque. A Frubaça é a 18ª maior do país em volume de negócios e apresentou faturação de 19,9 milhões de euros em 2018.
A Cooperativa Agrícola dos Criadores de Gado da Benedita ficou no 22º lugar, com uma faturação de 18,4 milhões de euros. O pódio da região, todo ocupado por cooperativas do concelho de Alcobaça, fica completo com a Cooperfrutas, na 64ª posição da lista, com vendas na ordem dos 9,1 milhões de euros e 76 trabalhadores. A Granfer (83º), de Óbidos, a Frutalvor (89º), das Caldas, e a Cooperativa Agrícola do Bombarral também integram a lista.
O Oeste está ainda representado entre os melhores nos ramos financeiro, do ensino e das pescas.

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