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Balconete feito a 100% com plásticos reclicados recuperados no mar garante distanciamento social entre espectadores, ou grupos
de espectadores, nas bancadas de jogos de futebol, com os estádios a manterem cerca de 50% da sua capacidade. Objecto está patenteado e pronto para ser fabricado e colocado nos estádios para o arranque da época, mas a utilização depende da aprovação da Federação Portuguesa de Futebol, da Liga de clubes, assim como das autoridades em relação à presença de público nos estádios

Francisco Brandão é inventor e designer com raízes caldenses e concebeu, juntamente com o Luís Brandão Rodrigues, engenheiro sénior, um equipamento que pode permitir que o público regresse aos estádios de futebol, em segurança, durante a pandemia.
A falta de público nas bancadas tem sido um dos maiores lamentos dos muitos amantes do desporto rei desde que o futebol profissional voltou a poder ser jogado, assim como dos dirigentes dos clubes, que se viram privados de uma importante fonte de receita.
Agora, essa questão pode ser ultrapassada, caso a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), a Liga Portugal e as autoridades de saúde aprovem a utilização deste equipamento, que cria uma espécie de camarotes que garantem distanciamento social entre os adeptos.
O Hub guard (cubo de protecção em inglês) – nome atribuído à invenção – é um equipamento que cria um distanciamento de 2,5 metros em todo o redor de dois ou quatro lugares. Isto permite que um pessoa, ou grupos de até quatro familiares ou amigos, assistam ao jogo dentro destas células de protecção, garantindo distanciamento para quem está à frente, dos lados e atrás. A estimativa é que esta solução permita aos clubes utilizar de forma efectiva entre 48% e 52% da lotação.
Além de criar barreiras físicas, o Hub-guard é dotado de um conjunto de sinaléticas horizontais e verticais que indicam como e quando os utilizadores podem circular e proceder.
“O equipamento permite que os adeptos possam usufruir do jogo com a maior normalidade possível, dentro dos limites possíveis”, observa Luís Rodrigues.
Os equipamentos permitem também que haja uma rastreabilidade. Cada um dos balcões fica atribuído a uma pessoa responsável, que lhe estará associado via contacto telefónico, de modo a que haja responsabilização em caso de má utilização.
O equipamento está devidamente credenciado em Portugal, pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), o que defende os criadores de eventuais cópias do sistema.
A sua utilização está, no entanto, dependente da vontade da federação e dos clubes, assim como da abertura do governo e da Direção-Geral de Saúde para a abertura dos estádios de futebol ao público.
Já existiram alguns contactos exploratórios com os responsáveis pela tutela do futebol português, que revelaram abertura para a implementação deste sistema. Para a passada quarta-feira, já depois do fecho desta edição, estava agendada uma reunião entre todas as partes que poderia definir uma direcção a seguir quanto à aplicação do Hub guard.
Os responsáveis pelo projecto garantem que este está pronto a ser fabricado, a tempo de estar instalado para os primeiros jogos da liga. A fabricação estará a cabo de duas unidades especializadas em fabricar artigos a partir de plástico 100% reciclado.

PLÁSTICO RECICLADO RETIRADO DO OCEANO

Além de acautelar a questão de saúde em plena pandemia de covid-19, o projecto Hub-guard tem igualmente uma forte componente de sustentabilidade ambiental.
O polietileno utilizado no fabrico do Hub guard é 100% reciclado a partir de plástico recolhido no mar português.
“O primeiro objectivo deste projecto é retirar o máximo de plástico do mar português, impedir que chegue à cadeia alimentar dos portugueses e preservar um meio que é de importância histórica para Portugal, como é o mar”, refere a equipa que está por detrás do produto.
Além desta solução a pensar na presença de público nos estádios de futebol, a mesma equipa criou igualmente uma solução para criar distanciamento social nas praias portuguesas.

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