Máquinas e aparelhos, indústria alimentar e agricultura são os principais exportadores na região. Importações também batem recorde e aproximam-se dos 2 mil milhões de euros
O ano de 2022 voltou a ser de crescimento para a economia do Oeste, cujas exportações ultrapassaram, pela primeira vez na história, os 1,5 mil milhões de euros. No entanto, gerou-se o agravamento da balança comercial da região, com o crescimento das importações a superarem o das exportações, aproximando-se dos 2 mil milhões de euros.
As vendas para o estrangeiro continuam a ser o grande fator de dinamização das empresas da região, ao mesmo tempo que a atratividade dos produtos made in Oeste também não cessa de crescer. As vendas das empresas para a região atingiram em 2022 um novo recorde absoluto, ao atingir aos 1,57 mil milhões de euros. É um crescimento de 15,2% em relação a 2021, que já tinha constituído um máximo histórico.
O mercado da Europa Comunitária vale praticamente um terço das exportações e teve um crescimento de 12,5% para ultrapassar, pela primeira vez, os mil milhões de euros, valor que representava o total de exportações da região em 2014. Mas os mercados extra-comunitários também reforçaram (21%) a procura pelos produtos da região, para superar pela primeira vez os 500 milhões de euros.
Os produtos alimentares são os que a região mais exporta, com um peso combinado de 47,1% no total das exportações. Dentro destes, a indústria alimentar já vale 19,7% das exportações, cerca de 308 milhões de euros, aproximando-se dos 341 milhões que vale a produção de máquinas e aparelhos. Este setor tem vindo em perda nos últimos anos, mas mantém a liderança nas exportações da região, representando 21,8% do total. Acima dos 10% do total das exportações da região está a produção hortofrutícola (17%) e com um grande incremento em comparação com 2021 (34,7%). As exportações de carne e peixe valem 10,5% das exportações e tiveram um crescimento de 25,3% face ao período homólogo.
A seguir a estes setores, o que mais exporta é o da cerâmica, que já representa 6,2% do total das vendas para o estrangeiro e cresceram 11,5% em relação a 2021.
Se as exportações bateram um novo recorde no Oeste, o mesmo aconteceu com as importações, uma realidade que acompanha a do país. As importações de bens ficaram muito próximas dos 2 mil milhões de euros, um incremento de 22,8% em relação a 2021.
O que a região mais importa são bens de consumo, mas que também são utilizados pela indústria transformadora. A carne e peixe representa 22,4% das importações, no valor de cerca de 446 milhões de euros e com um aumento de 42,2%. A importação de produtos hortofrutícolas representa 17,6% do total, 350 milhões de euros, e as máquinas e aparelhos representam 12,2% das compras ao estrangeiro. Seguem-se os plásticos e os produtos minerais, que valem um pouco mais de 6% das importações.
A combinação das exportações e das importações resultaram no agravamento de 62,6% da balança comercial da região, que foi negativa em 421 milhões de euros.
Entre os concelhos, Torres Vedras é o concelho mais exportador da região, aproximando-se dos 480 milhões de euros. Alcobaça é o segundo maior exportador (300,9 milhões), seguido de Alenquer (259,1 milhões de euros) e Caldas da Rainha (150,6 milhões). À exceção de Arruda dos Vinhos, todos os concelhos exportaram mais. Óbidos (43,3%), Cadaval (41,2%) e Bombarral (29,9%) foram os que mais cresceram, enquanto Caldas da Rainha (11,8%), Peniche (9,4%) e Alenquer (5,8%), foram os que menos cresceram.
Nota ainda para o Bombarral, que não só é o único concelho da região com balança comercial positiva, como melhorou esse indicador em 37,8%. ■