Galp entra na procura de gás em Alcobaça

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A Galp Energia comprou metade da concessão que a Porto Energy, detida na totalidade pela Mohave Oil and Gas Corporation, tem para a pesquisa de hidrocarbonetos (gás natural e petróleo) em Alcobaça. A compra foi anunciada no passado dia 29 de Junho pela Galp, num comunicado onde explica que adquiriu “uma participação de 50% da concessão Aljubarrota-3, por cerca de 4,3 milhões de dólares americanos [3,4 milhões de euros]”.
A concessão agora comprada abrange a zona do subsolo da cidade de Alcobaça onde a Mohave deverá iniciar em Agosto trabalhos de perfuração para saber se existe gás natural (e eventualmente) petróleo em quantidade suficiente para ser explorado.
O contrato firmado entre as duas companhias define que “a Porto Energy permanecerá como operadora durante a perfuração do poço Alcobaça-1, após a qual a Galp Energia terá a opção de se tornar a operadora do bloco”. Além disso, após os testes a realizar em Alcobaça “a Galp Energia tem a opção de adquirir uma participação de 25% em cada uma das outras seis concessões da Porto Energy em Portugal”.
A Galp Energia diz que um estudo independente aponta a concessão Alubarrota-3 como tendo “recursos de exploração estimados de cerca de 1,3 mil milhões de barris de petróleo”. E salienta que este acordo insere-se na estratégia traçada para a empresa, “expandindo o seu portefólio de exploração, centralizado nas suas áreas core, como é o caso da prolífica bacia do Atlântico. O foco exploratório continua assim centrado em geografias, e respetivas geologias, nas quais a Galp Energia reuniu já relevantes conhecimentos, como é o caso de Portugal”. Uma estratégia que a levou já a formalizar participações em diversos blocos de exploração, nomeadamente em zonas marítimas. A Galp detém 30% em quatro blocos na bacia de Peniche e 50% em três blocos na bacia do Alentejo.
Já o presidente da Porto Energy, Joseph Ash, citado em comunicado da companhia, diz que “este acordo permite-nos avançar com os nossos planos de testar o potencial do pré-sal da concessão de Aljubarrota”. Este responsável diz ainda que estão a ser finalizadas negociações com a companhia internacional KCA Deutag relativamente aos seguros do equipamento utilizado na pesquisa. Parcerias que “demonstram o alto nível de interesse que estamos a gerar com as nossas prospecções”, diz.
Os trabalhos de perfuração em Alcobaça, cujo início está previsto para finais de Agosto, vão atingir os três mil metros de profundidade e prolongar-se ao longo de mês e meio durante 24 horas por dia.

Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt