Ivo Cutelarias está em fase de crescimento acentuado

0
864
- publicidade -

Empresa de Santa Catarina atingiu em 2021 recorde de faturação de 10 milhões de euros e está a investir

A Ivo Cutelarias está a atravessar uma fase de grande dinamismo. Em franco contraciclo, a empresa do setor das cutelarias atingiu em 2021 o recorde de faturação, ao ultrapassar, pela primeira vez, a fasquia dos 10 milhões de euros em volume de negócios, com um crescimento próximo dos 25% em relação a 2020. Para este ano, a empresa estima crescer mais 20% e tem vários projetos de investimento para sustentar este crescimento.
O bom momento da empresa, após um ligeiro decréscimo das vendas em 2020, explica-se “pela evolução da firma e porque os nossos clientes estão a crescer connosco, com o suporte que lhes damos”, explica António Peralta, que gere a empresa com os filhos Gonçalo, Rafael e Ivo.
De resto, o crescimento de 20% que é ambição para 2022 é sustentado, apenas, pelas encomendas dos clientes que a empresa de Santa Catarina tem fidelizados.
Para acompanhar esse crescimento em termos de capacidade de produção, a empresa está a implementar um projeto de inovação. O projeto já está em fase de implementação e vai dotar a Ivo de maquinaria de topo, nomeadamente novas máquinas CNC, novos robots e estações de lixagem, entre outros equipamentos.
“Um crescimento destes significa fabricar uma grande quantidade acrescida de facas e isso obriga-nos a um esforço muito grande para acompanhar”, realça António Peralta. Com este investimento, a Ivo tem como objetivo aumentar, precisamente, a produtividade.
Apesar de estar em franco crescimento com os clientes que tem em carteira, a empresa não descura a busca de novos mercados e tem, igualmente, um projeto de investimento nesta área, que ronda os 350 mil euros. A pandemia cancelou as feiras onde as empresas do setor se promoviam, o que obrigou a procurar novas estratégias para chegar ao mercado. A empresa quer aproveitar esta oportunidade para se implementar de forma mais eficiente em mercados como América do Sul e Central, onde a indústria da carne abre boas oportunidades para a cutelaria.
Parte da estratégia para o futuro passa pela consolidação da marca própria. Atualmente a marca Ivo representa cerca de 60% das vendas, sendo os restantes 40% marcas próprias dos clientes. “Queremos passar para uma relação de 80/20”, afirma António Peralta, um objetivo difícil, mas possível com a aposta crescente na qualidade no lançamento de novas linhas de facas.
Falta pessoal
Além destes projetos de modernização, a Ivo Cutelarias tem também necessidade de mão de obra. Mas este é um problema de mais difícil solução. Atualmente, a empresa de Santa Catarina tem 205 pessoas no quadro de pessoal e António Peralta considera que, para funcionar de forma otimizada, necessitaria de cerca de mais 30 pessoas.
“Desde 2018 tivemos algumas saídas por reforma e pré-reforma e é difícil substituir rapidamente estas pessoas”, realça o empresário. O principal problema é que há funções específicas que não se aprendem de um dia para o outro e a escola não forma pessoas prontas a trabalhar nessas funções.
António Peralta gostava que houvesse formação na região específica para o setor da cutelaria, o que tem sido um passo difícil de dar. “É preciso criar um dinamismo na terra, entre as firmas e o meio escolar. Temos abertura para receber estágios e formações em contexto de trabalho, porque já temos a maquinaria e o know-how”, sustenta.
Além disso, António Peralta lamenta, igualmente, que a escola de Santa Catarina não tenha curso de Português para Estrangeiros, como há, por exemplo, na Benedita. Atualmente a empresa tem nos quadros 45 trabalhadores estrangeiros que poderiam beneficiar desse curso.
Uma das formas de contrariar estas dificuldades de recrutamento tem sido a aposta da empresa em responsabilidade social e na comunidade. A nível interno, foram melhoradas as condições extra laborais, com a criação de uma zona social com refeitório e balneários.
Fora deste contexto, a Ivo Cutelarias criou no seio do grupo uma nova empresa do ramo do imobiliário e construção, para construir e reabilitar habitação, uma das carências da vila.
Para responder à necessidade de rápida expansão, a empresa está em negociações com vista à aquisição de uma empresa de cutelaria. Esta opção poderá permitir aumentar a capacidade de produção rapidamente, beneficiando da entrada de pessoal que já está identificado com os processos de fabrico. Também para reforçar a sua posição no cluster, entrou no capital da ICEL, uma das principais concorrentes. ■

- publicidade -