Ministra “apadrinha” investimento no regadio da Cela

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Maria do Céu Antunes inaugurou a nova sede da Associação de Beneficiários da Cela, à qual ainda falta o mobiliário...
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Obra de mais de 8 milhões de euros deverá estar terminada apenas no próximo ano, mas já foi inaugurada

A ministra da Agricultura inaugurou, na passada terça-feira, as obras de modernização do Aproveitamento Hidroagrícola da Cela, um investimento de mais de 8 milhões de euros num perímetro de regra de 454 hectares partilhados pelos concelhos de Alcobaça e Nazaré. As obras só devem estar concluídas em meados do próximo ano, o que não impediu Maria do Céu Antunes de vir ao terreno elogiar a atuação da Associação de Beneficiários da Cela, que ganhou uma nova sede com este projeto, mas à qual falta o mobiliário.
Após a inauguração, a ministra garantiu que a sede da associação receberá o equipamento necessário em breve. “O mobiliário está incluído na candidatura e o presidente [da associação] vai reformular o pedido, porque é financiado a partir da candidatura. Houve um mal-entendido e vai ser esclarecido”, esclareceu a governante, que considerou que a obra no regadio da Cela “vai dar um novo fôlego” à atividade hortofrutícola desenvolvida naqueles campos desde 1932.
Para Maria do Céu Antunes, a pandemia demonstrou que a agricultura “é muito resiliente” e deu uma “resposta cabal às necessidades dos portugueses” nestes dois anos, em que foi possível “diminuir as importações” e “continuar a exportar”. “Aqui chegamos, temos uma dupla responsabilidade: continuar a produzir para alimentar os portugueses, mas também para exportar e conseguimos equilibrar a nossa balança comercial”, frisou a ministra, recordando o investimento que o Estado tem feito no Programa Nacional de Regadio e que o regadio da Cela esta “obsoleto, tinha perdas de água e era necessário requalificar”.
“Queremos produzir mais com a mesma ou com menos água nos próximos anos”, advertiu a ministra, sublinhando que no primeiro trimestre de 2022 será publicado um aviso para novos regadios e melhoria da eficiência em regadios existentes, que comporta cerca de 2,5 milhões de euros para investimentos em sistemas fotovoltaicos.
O perímetro de rega da Cela é o segundo mais antigo do país explorada pelos 450 produtores e agricultores que compõem a Associação de Beneficiários da Cela. Nestas obras foi substituída a rede de rega com mais de 20 quilómetros de extensão, que irá assegurar abastecimento a 500 parcelas.
Para Rogério Lima, responsável da Direção-Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural, o facto de a adesão dos agricultores a esta área agrícola rondar os 100% “releva a importância e a pertinência do investimento”. “Em 2022 continuaremos a fazer os trabalhos”, notou o dirigente, esclarecendo que, entre outras intervenções, falta efetuar a montagem de todos os contadores nas parcelas, além da conclusão da estação elevatória.
Na cerimónia, o presidente da Associação de Beneficiários da Cela agradeceu as obras realizadas e que tinham sido anunciadas há quase dez anos, mas salientou que “ainda há muito por fazer”, nomeadamente no alcatroamento das estradas danificadas pela intervenção, entre outras obras.
Já os autarcas dirigiram-se à ministra com mais um pedido: um olhar atento para o projeto de regadio da Maiorga-Valado dos Frades.
“O município avançou com estudo de implementação do mesmo. Espero que seja aprovado”, declarou o presidente da Câmara de Alcobaça. Para Hermínio Rodrigues, é ainda fundamental “um estudo de caracterização dos solos do concelho” e “dar continuidade à fundamental a limpeza das margens do Alcoa” e ao projeto de mobilidade suave do Alcoa, que ligará Alcobaça à Nazaré pelo rio.
Para o o presidente da Câmara da Nazaré, o dia marcou “um momento no presente e futuro dos agricultores dos dois concelhos”, mas Walter Chicharro reiterou que “falta concretizar o projeto de mobilidade do Alcoa e que tem já prometido financiamento comunitário”. ■

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