Óbidos e Nazaré prevêem impacto “brutal” no turismo, mas também oportunidades no pós covid-19

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| D.R.

O turismo é dos sectores mais afectados pela crise desencadeada pela covid-19, com consequências maiores nos concelhos de Óbidos e Nazaré, mais dependentes desta actividade económica. As quebras nos negócios são muito elevadas para a esmagadora maioria das empresas e o aumento do desemprego será uma consequência inevitável no curto prazo. Mas também há convicção que a crise será superada com benefícios para dois concelhos que se podem promover até pela reduzida incidência da doença

 

Humberto Marques, presidente da Câmara de Óbidos, fala numa contracção que pode rondar os 90% para esta época do turismo no seu concelho, cuja principal “janela” de actividade é entre Março e Outubro.
“Há um impacto brutal do ponto de vista económico e do desemprego. Quase a totalidade dos empresários recorreram ao lay-off e arrastam um conjunto de serviços conexos de outras áreas de actividades económicas”, destaca o autarca.
O chefe do executivo municipal obidense cita um inquérito realizado às empresas, que aponta a uma contracção económica no concelho na ordem dos 70%. “São estragos a uma escala que nenhum de nós tem memória noutras alturas de crise”, descreve.
Humberto Marques diz que gostava de ter outra mensagem para os seus munícipes, mas não acredita que os fluxos de turismo possam cobrir os custos de operação do sector antes de Maio do próximo ano. E acrescenta que as fronteiras só devem ser abertas com a garantia que isso não vai trazer retrocessos no controlo da doença.
No entanto, quando a pandemia for controlada, o presidente da Câmara acredita que o concelho tem capacidade para ser “um destino preferencial das famílias, quer da Europa, quer do resto do mundo, em relação a outros países” onde o vírus está mais descontrolado.
O edil obidense diz-se consciente que as medidas de apoio às famílias e às empresas que o município implementou são insuficientes, lamentando que este não tenha capacidade para mais. Mas desafia o governo a fazê-lo, defendendo uma gaveta financeira a fundo perdido apoiada nos fundos comunitários não executados.

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NAZARÉ MAIS OPTIMISTA

 

Na Nazaré, a autarquia não arrisca colocar números nas quebras e assume uma postura optimista quanto ao futuro próximo.
“Os efeitos espectáveis são, como já o vieram afirmar trabalhos científicos, a quebra de rendimentos e maior vulnerabilidade de famílias e empresas”, refere o presidente Walter Chicharro. O autarca acredita que o conjunto de medidas implementadas pelo executivo no apoio às empresas e famílias, pode “dar um importante contributo, tanto à retoma como à manutenção das famílias e dos negócios”.
Quanto ao sector propriamente dito, a diversificação da oferta, muito menos dependente do turismo de sol e mar, diversificou igualmente os públicos que visitam a Nazaré, fruto da “forte promoção deste destino turístico” nos últimos cinco anos e alavancada nas tradições e no surf, e isso abre boas perspectivas.
Walter Chicharro mostra-se confiante quanto a uma possível reabertura de fronteiras em meados de Junho, o que permitirá reactivar a vinda de turistas e dos emigrantes, “alguns dos principais clientes do Verão da Nazaré”.
O autarca realça ainda que o concelho tem procurado aumentar a atractividade do território com investimento na modernização, no equipamento da vila com novos serviços públicos e na captação de investidores, salientando que a Área de Localização Empresarial do Valado dos Frades tem apenas um lote disponível para venda.

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