Smart Constrói: a revolução caldense na construção de imóveis

0
309
A empresa tem crescido de forma sustentada. A equipa conta já com 75 colaboradores, número que deve duplicar até ao fim do próximo ano
- publicidade -

Empresa apostou na industrialização do processo de construção de casas e não tem parado de crescer. Espera atingir em 2027 as 100 casas por ano

A antiga Secla na Zona Industrial das Caldas da Rainha ganhou nova vida com a instalação de uma empresa que está a revolucionar a construção de habitações. A Smart Constrói, liderada por Hélio Dias e Luís Fonseca, transformou-se num verdadeiro caso de sucesso graças à aposta na industrialização da construção. O grupo empresarial emprega já 75 pessoas e prepara-se para duplicar esse número até 2026.

Apesar do nome oficial da empresa existir desde 2017, foi só em 2021 que a Smart Constrói assumiu plenamente o desafio do setor imobiliário. Nascida a partir de um pequeno núcleo ligado à construção para manutenção de ginásios, deu o salto depois de vencer o concurso para construir o empreendimento Caldas Terrace, um projeto de 70 unidades habitacionais no valor de 8 milhões de euros. Esse momento marcou “o primeiro grande passo para transformar a Smart Constrói numa empresa de construção”, realça Hélio Dias.

- publicidade -

Mas a verdadeira disrupção viria com o desenvolvimento da construção off-site, ou seja, fora do local da obra. “Começámos com uma micro equipa num pavilhão, a desenvolver a tecnologia”, explica Hélio Dias. Depois de vários protótipos e testes, a empresa encontrou a fórmula certa. Casas com estrutura em aço pesado laminado, robustas e com acabamentos de alta qualidade. Hoje, são produzidas numa unidade fabril de 14 mil metros quadrados, instalada nas antigas instalações da Secla, na Zona Industrial das Caldas da Rainha, e depois transportadas e montadas no terreno. O processo completo, desde a construção até à entrega, pode durar apenas sete a dez semanas.

A proposta não é apenas técnica, mas também estratégica. “Fomos a primeira empresa na área off-site a ser promotora imobiliária”, sublinha o cofundador. A Smart Constrói compra terrenos, desenvolve os projetos internamente,constrói em fábrica e vende os imóveis prontos a habitar. O modelo vertical permite “eficiência financeira, rapidez e qualidade”, sem esquecer a sustentabilidade. “Há cada vez menos desperdício, quase não usamos betão [que é aplicado apenas na base da estrutura] e fazemos tudo em ambiente controlado”, descreve Hélio Dias.

Nos últimos anos, a empresa tem crescido a um ritmo acelerado. Com um volume de negócios que passou de 5 para 9 milhões de euros, projeta um crescimento de 20 a 25% este ano e tem como ambição atingir os 100 milhões de euros em faturação num horizonte de cinco a seis anos. Para isso, está a investir em tecnologia. A empresa adquiriu um robô de soldadura, no valor de 1,5 milhões de euros, que permitirá triplicar a produção e levar a empresa para outros patamares de produção e para novos mercados.

A Smart Constrói mantém o foco na promoção imobiliária, com projetos em curso nas Caldas, Foz do Arelho, Barrantes, Nadadouro, Óbidos e novos empreendimentos a lançar em breve na Lourinhã, Torres Vedras e Algarve. “Queremos estar em zonas que nos garantam procura e valor”, explica.

Internamente, a cultura empresarial tem procurado acompanhar o ritmo de crescimento. “Criámos o Laboratório da Felicidade para perceber como se sentem os nossos colaboradores e recolher feedback”, explica o gestor. A par disso, estão a ser criadas soluções concretas para atrair talento, como prémios de produtividade, alojamento gratuito para trabalhadores deslocados e um sistema meritocrático que valoriza o desempenho.
A industrialização, explica, é também uma resposta à escassez de mão de obra qualificada. “Na construção tradicional, em cada 10 trabalhadores que se reformam, só um entra”, lamenta. A solução passa por formar internamente e criar processos padronizados que permitam “ensinar mesmo quem não tem grande experiência”, sustenta.

Hoje, a fábrica das Caldas produz cerca de 40 casas por ano, mas o objetivo é ultrapassar as 100 unidades em 2027. “Estamos a preparar a fábrica para funcionar com uma linha de produção”, afirma. Cada casa é feita em módulos com estrutura metálica, isolamento térmico e acústico, cozinhas e casas de banho instaladas. Quando sai da fábrica, a casa está praticamente pronta. “O cliente entra e sente que está numa casa tradicional, mas feita com tecnologia de ponta”, realça.

Com os olhos postos na expansão internacional, a empresa já planeia replicar o seu modelo noutros países. “Quando tivermos o nosso modelo consolidado, podemos replicar em qualquer parte”, refere Hélio Dias, acrescentando que a empresa tem estado já em prospeção sobre a possibilidade de entrar no mercado norte-americano.

Outra ambição é chegar a toda a Península Ibérica com as piscinas que o grupo vai começar a construir com o mesmo método e que três horas após a instalação podem estar a ser utilizadas.

Um dos empreendimentos que a empresa está a desenvolver no Nadadouro
- publicidade -