O programa Escola Azul pretende promover a literacia do oceano junto da comunidade escolar
“Gostei muito de ser embaixadora, porque gostei de estar envolvida aquando da preparação das atividades”, afirmou Maria Rita Marques, seguida da colega Yasmin Ferreira, que também ficou feliz com a oportunidade devido à sua afeição pela natureza. “Espero que, no futuro, o oceano esteja mais limpo”, declarou. O Vasco Carvalho sentiu que pôde “ajudar os colegas a desenvolver a sua relação com o oceano”, e a Mafalda Almeida considerou o projeto uma “boa oportunidade para conhecermos mais sobre o oceano e para, no futuro, também o melhorarmos”.
Assim contaram os quatro alunos embaixadores da Escola Azul na Infancoop, dos 3.º e 4.º anos, durante a cerimónia de entrega dos diplomas e medalhas e do hastear da respetiva bandeira, que decorreu a 26 de junho.
Foi o primeiro ano em que a escola participou no programa educativo do Ministério da Economia e do Mar, que tem como missão promover a Literacia do Oceano na comunidade escolar e criar gerações mais responsáveis e participativas, que contribuam para a sustentabilidade do Oceano, orientando as escolas em temas ligados ao mar.
O projeto, que tem a duração de dois anos, teve início em dezembro do ano passado, sob o mote “Pesca Melhor, Pesca Sem Plástico”. “Uma vez que a nossa localização geográfica é tão próxima de uma zona costeira, sentimos que somos privilegiados e que devemos ter um papel ativo na alteração de paradigma”, explicou a professora Lúcia Fernandes, que acompanhou os alunos. O objetivo é “envolver os alunos e cativá-los para que tenham mudanças de atitude ativas perante o oceano e a sua preservação”, contou a docente, que acrescentou ainda que, para alcançar essa meta, a escola dinamizou um conjunto de atividades, sugeridas pelos alunos, que contaram com a ajuda dos embaixadores para fazer o levantamento das ideias.
Antes de mais, a professora ensinou os diferentes tipos de pesca existentes e os seus impactos ambientais. Mas as atividades também decorreram fora de portas, na Lagoa de Óbidos, onde, com a bióloga e encarregada de educação, Carla Pacheco, os aprendizes descobriram os animais daquele ecossistema e recolheram algum lixo. A escola contou ainda com a visita de outro pai, José Bettencourt, que falou sobre como o oceano tem sido ameaçado e o que as pessoas podem fazer para reduzir o impacto negativo das suas ações.
Para o ano, os alunos também já pensaram num conjunto de atividades que gostariam de ver desenvolvidas. Entre elas estão a elaboração de uma carta aos pescadores a sensibilizar para os cuidados a ter com a recolha do lixo produzido durante a atividade pescatória e o convite a Ana Pêgo, autora do livro “Plasticus Maritimus: uma Espécie Invasora”. “Eu venho quando isso acontecer”, declarou Yasmin, logo apoiada pela outra aluna finalista, Maria Rita.
Estão a ser envidados esforços para alargar o programa de atividades à creche e pré-escolar, no próximo ano letivo.■