Nicole Almeida provou que a terapia assistida por equinos melhora as competências das crianças institucionalizadas
Nicole Almeida, 30 anos, é psicomotricista e realizou recentemente o seu mestrado na Universidade de Évora e o seu estudo provou que a intervenção terapêutica assistida por equinos pode melhorar significativamente as competências socioemocionais de crianças institucionalizadas. A investigação desta autora – que trabalha nas Caldas e em dois picadeiros na zona da Lourinhã – envolveu estudos-caso com quatro crianças de um centro de acolhimento temporário da região.
Estas crianças – com idades entre os cinco e os 12 anos – “têm por norma problemas de conduta e de comportamento, agitação psicomotora e dificuldades no relacionamento com os colegas”, disse a caldense.
Após o uso desta terapia, a psicomotricista comprovou que os participantes passaram a ter “mais capacidade para se auto-regular, mais conhecimento sobre as emoções, suas e no outro”, disse a técnica, explicando que foi possível melhorar o comportamento de quem participa não só em casa como na escola. Notou também uma preocupação nos participantes com os próprios cavalos, além dos benefícios no próprio corpo e no reconhecimento das suas emoções. A melhoria foi constatada pelos familiares, professores e técnicos que lidam com os participantes.
O estudo académico desta caldense obteve 17 valores, foi ainda publicado na revista International Journal of Environmental Research and Public Health e alvo de destaque recente no site da Universidade de Évora.
Nicole Almeida trabalha com vários casos desde crianças com atrasos no desenvolvimento, questões relacionadas com o comportamento, autismo, AVC, Paralisia Cerebral, entre outros.
A mensalidade – que custa 160 euros e que implica uma sessão por semana -, tem poucos apoios por parte das entidades mas há, por exemplo, autarquias como a da Lourinhã que “financia 17 crianças que beneficiam desta terapia assistida por equinos”. É com a ajuda dos animais que aprendem a autorregular-se, a autocontrolar-se e até a adequar os seus gestualmente.
“É uma terapia que intervém através do corpo, do movimento e da relação”, disse Nicole Almeida que tem assistido a melhorias em várias crianças com problemas de comportamento e que “estabelecem empatia com o cavalo, aprendem a esperar e a adequar os gestos e isso repercute-se nas outras vertentes das suas vidas”, concluiu.
Nicole Almeida gostaria de continuar os seus estudos nesta área e, no futuro, vai prosseguir para doutoramento. A psicomotricista caldense também gostava de dar formação nesta área específica. ■