As cidades são feitas de pequenas aldeias

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Rui Vieira
Gestor

As cidades impressionam. São espaços de grande movimento, oportunidades e diversidade. Nelas, podemos reinventar-nos quantas vezes quisermos. Podemos projetar imagens, contar histórias sobre nós próprios, esconder as nossas vulnerabilidades atrás de fachadas bem construídas. A cidade permite que sejamos desconhecidos no meio da multidão.

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Mas, por maior que seja a cidade, nunca deixa de ser feita de pequenas aldeias. Seja no café chamel onde nos cumprimentam pelo nome, na loja Vonita do centro comercial Avenida onde encontramos um atendimento honesto e totalmente personalizado, no cabeleireiro da Ana Oliveira que presta um serviço de excelência nesta cidade há dezenas de anos ou até mesmo na mercearia consumos onde sabem exatamente o que costumamos levar para casa.

São nestes espaços mais pequenos que a cidade ganha alma, que as relações se aprofundam e que somos vistos além das aparências.

Nas aldeias, não há escapatória: somos conhecidos. O nosso vizinho à partida sabe como eram os nossos avós, lembra-se das histórias da nossa infância e lê-nos como um livro aberto. Não há roupa cara ou carro de luxo que mude a essência de quem somos. A aldeia confronta-nos com a nossa verdade, devolve-nos à simplicidade das relações genuínas, onde o que vale não é a performance, mas a presença.

Foi esta certeza que nos levou a criar uma “aldeia de impacto social” dentro da cidade. Um espaço onde as pessoas possam encontrar-se sem máscaras, construir relações autênticas e partilhar não apenas projetos, mas vidas. Porque, no fim de contas, não importa quão grande seja a cidade — aquilo que realmente nos sustenta será sempre a força das pequenas aldeias dentro dela.

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