As Estrelas da Companhia

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Diariamente os portugueses ouvem a apresentação dos lucros das grandes companhias, nomeadamente bancárias, combustíveis e supermercados, mostrando que o momento dos juros e inflação altos lhes têm sido favoráveis. Em contrapartida, a maioria das PME´s que vivem no e do mercado tradicional, bem como os consumidores mais modestos ou aqueles que têm de pagar as prestações para casa própria, estão com mais dificuldades. As contas públicas aparente ou realmente certas e equilibradas, com superavit, criam uma ilusão de que tudo vai bem no país, escondendo uma crise subjacente, que é visível nos muitos estabelecimentos que fecham as portas, e nos negócios sobreviventes em que as margens comerciais se apertam, tornando difícil acompanhar as subidas salariais como nos setores mais lucrativos ou majestáticos. Tudo isto cria um mau estar larvar, que combinado com as crises com forte impacto mediático de setores públicos como a saúde, educação e segurança, agravam o sentimento dos portugueses mais necessitados de apoio social, como dos mais remediados. O agressivo e estridente debate democrático, combinando agressões verbais e negócios públicos, às vezes menos compreensíveis, bem como a ineficiência visível do andamento das obras públicas tão anunciadas e necessitadas, agravam a situação que se vive. Esperemos que o final de 2023 permita encerrar este estado de coisas, com as alterações orçamentais anunciadas e com um novo fôlego na economia nacional.
Adenda: Tínhamos escrito este editorial antes da queda do governo de António Costa. Não sabíamos que iria coincidir com estes acontecimentos.■

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