Num momento decisivo para a imprensa e comunicação social em geral, o Comité Nobel da Noruega decidiu atribuir, com alguma surpresa, o Prémio Nobel da Paz de 2021 a dois jornalistas pelo seu esforço, em condições adversas, para garantirem a liberdade de expressão, como fator indispensável para a afirmação da democracia e da paz duradoura.
Assim o prémio desta ano coube aos jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov pelos trabalhos em prol da liberdade de imprensa e da denúncia dos abusos do poder nos seus países, pela “luta corajosa” na “defesa dos direitos humanos” e “da liberdade de expressão” como afirmou textualmente a presidente do comité Nobel, Berit Reiss-Andersen referindo-se respetivamente às Filipinas e à Rússia.
É evidente que no nosso país e na União Europeia não existem objetivamente situações tão acentuadas, contudo verificam-se emergências nos países ocidentais, com destaque para os regimes populistas polaco e húngaro, como noutros países do mundo em que líderes se prezam em vincar a sua fuga ao respeito pelos direitos de todos, perseguindo minorias (ou não minorias como no Afeganistâo) quaisquer que sejam as sua raízes, de natureza sexual, étnicas, cultural, religiosa.
Na passada edição comemoramos o 96º aniversário da Gazeta das Caldas com uma edição que podemos considerar de luxo, quer pela inabitual dimensão como pelo conteúdo, fruto de um esforço conjunto de jornalistas, colaboradores e anunciantes, que quiseram ficar associados ao momento.
Foi também uma forma de testemunharmos a nossa adesão e homenagem a todos aqueles que se batem pela liberdade de expressão no país e no mundo, sentindo muito forte as situações inumanas que ainda atingem tantas paragens nas mais variadas latitudes. ■