Mobilidade sustentável

0
775
Gazeta das Caldas
| D.R.

Foi celebrada a Semana Europeia da Mobilidade num período em que a mobilidade está a passar por uma alteração que irá contribuir para a transição para a Economia Circular e para a redução de emissões de CO2.
Muitos questionam a necessidade de possuir um automóvel próprio sabendo que, mal se adquire desvaloriza, que passa mais de 90% do tempo ou parado ou à procura de lugar para estacionar e que é normalmente concebido para transportar 5 passageiros quando normalmente só transporta 1 ou 2.
O que os cidadãos necessitam é de mobilidade do ponto A para o ponto B e não necessariamente de possuir uma viatura parqueada em casa. Alguns grandes construtores de automóveis apontam para que, no futuro, serão essencialmente fornecedores de mobilidade e não vendedores de veículos.
Há empresas a apostar na economia da partilha criando companhias que permitem aos condutores terem acesso a viaturas quando precisam, reduzindo os custos de utilização, o congestionamento e as emissões poluentes. Outros sistemas inovadores de partilha estão a ser testados como, por exemplo, na Opel o CarUnity destinado aos donos das viaturas que podem disponibilizar os seus veículos para alugar quando não os estejam a utilizar.
A eletrificação dos veículos é outra área em desenvolvimento. As construtoras automóveis têm apresentado novos modelos elétricos ou híbridos com maior autonomia.
Outra área em crescimento é a condução autónoma que reduzirá o número de acidentes rodoviários, o congestionamento e as emissões poluentes.
Lucas Nekermann descreve o futuro da mobilidade como os três zeros: zero emissões (graças aos carros elétricos), zero propriedade (graças à sociedade da partilha) e zero acidentes (graças aos carros sem condutor).
As cidades também estão a apostar em processos de mobilidade sustentável criando parcerias entre as empresas de transporte público e de partilha de viaturas (Copenhaga) ou de de aluguer de viaturas (Helsínquia).
A existência de interfaces de transportes nos arredores das cidades é importante. Devem ser criados parques de estacionamento associados à oferta de transporte público ou de outros meios de transporte sustentáveis (bicicletas, trotinetes).
A utilização destes meios leves de transporte é ainda mais incentivada quando nas cidades são criados sistemas de partilha que possibilitam a sua utilização dispensando a aquisição e o risco de roubo.Outras formas de promover o uso de bicicletas são a criação de vias próprias (ciclovias).
As bicicletas elétricas, scooters ou trotinetes tem contribuído para aumentar o número de utilizadores deste tipo de mobilidade.
Em Copenhaga o número de bicicletas já ultrapassou o de carros no centro da cidade em 2016. As vantagens são óbvias do ponto de vista da saúde para o utente e também para a qualidade de vida da cidade através da redução de emissões de gases poluentes.

Paulo Lemos
pagulit@gmail.com