Editorial

Caldas da Rainha é uma pequena cidade, de dimensão média a nível português, cuja população residente ronda os 30 mil habitantes, cuja qualidade de vida é elogiada por muitos, especialmente por aqueles que a conheceram mais recentemente. Contudo, um aspeto contaria que esta visão positiva respeita ao trânsito e aos estacionamentos, que nunca beneficiaram duma visão estruturada, que se baseasse num modelo coerente.
Fala-se porfiadas vezes de planos mobilidade e de obras estruturais, mas nunca se passa de se reunirem alguns objetivos pueris e ingénuos, que não resolvem o problema central: servir os munícipes e aqueles que nos visitam, para fazerem compras ou visitarem a cidade e a região.
Construíram-se alguns parques de estacionamento, uns subterrâneos, outros à superfície em zonas periféricas, nunca tendo conseguido resolver o problema do centro tradicional.
Nas grandes urbes a tendência é refrear a entrada de veículos automóveis, privilegiando os transportes coletivos e os meios de locomoção individual não poluentes. Mas nas pequenas urbes, como as Caldas, esta receita não funciona. Proliferam estacionamentos para cargas e descargas, cuja lógica não existe nem a função é respeitada, lugares de estacionamento que não obedecem a critérios de rotatividade e o pobre do visitante ou o habitante, a maior parte das vezes tem de parquear em transgressão, uma vezes penalizado mas a maioria das vezes não. Promessas antigas sobre estes temas têm sido descuradas e esquecidas.
Vivemos assim num sistema que “não se governa nem se deixa governar” como ironicamente um general romano dizia de uma parte da Europa para os lados do Atlântico. Um verdadeiro paradoxo. Até quando?