Mais de 200 mil pessoas nos onze dias da Festa de Verão

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notícias das Caldas“Esta aposta nós ganhámos”. A frase é de António Marques, director da Expoeste, no encerramento da Expotur – Festa de Verão, que decorreu de 5 a 15 de Agosto. 

A crise, que podia ameaçar o certame, não se fez sentir e, segundo a organização, a afluência ainda foi superior à do ano passado, contabilizando em mais de 200 mil os visitantes à Expoeste.


O Arneirense voltou a ser a Melhor Tasquinha, mas a sua direcção pondera não voltar a concorrer, resultado de insultos que se fizeram ouvir aquando da entrega dos prémios.
Laurinda Gomes, dos Infantes (Salir de Matos), vem todos os anos, em cada 15 de Agosto, jantar à Festa de Verão na Expoeste. Nesse dia a celebração é dupla: por um lado é o aniversário do sogro – que este ano soprou 78 velas –  e por outro, o reencontro da família que está emigrada.
“Digo muita vez que os emigrantes são como as favas. Basta comê-las uma vez no ano para já ficarmos contentes”, brincava Laurinda Gomes, numa mesa composta por 12 familiares.
Noutras mesas eram amigos que se encontravam e conviviam, grupos que assinalavam datas especiais, políticos locais e nem faltaram os deputados  da Assembleia da República Teresa Morais e Feliciano Barreiras Duarte, eleitos pelo distrito de Leiria, para provar as iguarias gastronómicas do concelho.
Foi assim durante os 11 dias de certame, uma autêntica romaria à Expoeste. O seu director não tem dúvidas: “esta aposta nós ganhámos”, disse satisfeito António Marques, contabilizando mais de 200 mil presenças nos 11 dias de certame (mais um que no ano passado).
A organização tinha algum receio do sucesso do evento devido à crise, mas as pessoas não deixaram de marcar presença, cortando apenas nas entradas e sobremesas.
“É um evento que resiste à crise”, acrescentava o vereador com o pelouro do turismo e actual presidente da Expoeste, Hugo Oliveira, fazendo notar o empenho das colectividades numa edição “low cost”.
O autarca destaca ainda o forte associativismo do concelho, já que este certame movimenta mais de 600 pessoas nas várias tasquinhas. Muitas delas marcam férias durante este período para ajudar a sua colectividade a angariar fundos que a ajudem a manter-se durante todo o ano em actividade.
“Na génese da Expotur esteve o conceito de não dar o peixe mas uma cana para eles próprios pescarem”, lembra o autarca, satisfeito com a participação que desde sempre têm tido este evento.

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Arneirense ganha prémio e pondera não voltar a concorrer

No último dia, como é habitual, dão-se os prémios às melhores tasquinhas. Este ano o ritual voltou a cumprir-se e voltou a ganhar a Associação Cultural, Desportiva e Recreativa Arneirense. Em segundo e terceiro lugar ficaram, respectivamente, a associação de Santo Onofre e do Campo.
Apesar da vitoria, o presidente da associação, Abílio Camacho, pretende propor à direcção da colectividade para não voltarem a concorrer ao concurso de Melhor Tasquinha.
“Vamos continuar a fazer o melhor que pudermos mas não concorremos, porque há aí gente de algumas tasquinhas que são piores que os bichos”, disse, indignado por estar em cima do palco a receber o prémio e serem apelidados de “chulos por malta da tasquinha das Trabalhias”. Mas reconhece que as “pessoas que trabalharam nas tasquinhas não têm culpa que dois ou três se portassem desta maneira”.
Garante que fazem um trabalho honesto e que toda a gente pode fazer igual, desde que invista no certame. Este ano o Arneirense gastou cerca de 10 mil euros nas duas tasquinhas que apresentou e que têm capacidade com cerca de 200 lugares sentados.
Na sua cozinha encontram-se fogões industriais, bancadas em inox, sete frigoríficos e três arcas. A aposta na decoração também é notória e, até os  guardanapos são personalizados.
“As pessoas aqui podem comer comida à vontade, que não apanham uma intoxicação”, garante o dirigente associativo, adiantando que a comida é toda confeccionada no local e não nas respectivas localidades e depois transportada, como acontece noutras tasquinhas. Cerca de 50 pessoas trabalharam diariamente para assegurar as cerca de 40 mil refeições servidas.
“Houve pessoas que vinham à nossa tasquinha todos os dias”, conta Abílio Camacho, reconhecendo que na maioria das tasquinhas a gastronomia é muito boa.
A avaliação que dita a tasquinha vencedora é feita tendo por base vários critérios. As colectividades votam a estética, que corresponde a 30% da pontuação final, a equipa da Higiene e Segurança também dá o seu parecer, que representa 35% da votação e os restantes 35% são dados por elementos da Escola de Hotelaria que provam os pratos de todas as tasquinhas, enquanto clientes anónimos.
Mas nestes despiques, como em tudo, há sempre descontentes e parece que foi o que aconteceu este ano e que já suscita comentários à moda do futebol.

 

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