Segundo Tinta Ferreira, mais de metade dos edifícios das antigas escolas primárias que foram encerradas estão a ser utilizados.
O objectivo é que as escolas sejam conservadas e utilizadas em actividades para o bem comum. Para isso, têm sido estabelecidos protocolos com diversas instituições.
A escola das Bairradas está ocupada pela secção de cicloturismo do Grupo Desportivo do Landal. Na escola da sede dessa freguesia existe um museu escolar e a dos Rostos já foi solicitada pela associação local para desenvolver acções de formação.
É também a associação local da Carrasqueira (Vidais) que está a dar uso ao antigo edifício escolar.
Em Vila Nova funciona a sede da Associação de Caçadores de Alvorninha. Na Laranjeira, o espaço está a ser utilizado como armazém pela Junta de Freguesia. Para a dos Lobeiros existe também um pedido de utilização por parte da associação.
Na freguesia de Santa Catarina, a escola do Casal do Bicho foi entregue à associação local e a do Casal da Coita também. No Casal das Freiras o edifício é a sede da Associação de Caçadores de Santa Catarina e Carvalhal Benfeito.
Na Espinheira (Serra do Bouro) deverá ser instalado um museu de comboios em miniatura, a partir da colecção de um morador.
A Associação para o Jardim de Infância de Salir de Matos, que construiu um centro de dia junto à escola, está a utilizar esse edifício. Na mesma freguesia a associação São Portugal ocupa a escola Guisado e a dos Infantes é a sede da associação de caçadores.
Em Vila Verde (A-dos-Francos) há um grupo de jovens que utiliza a escola para fazer anualmente uma festa e poderão em breve constituir uma associação.
A Câmara das Caldas prefere ceder as escolas a estas entidades, em vez de as vender a particulares para habitação. “Há uma relação muito próxima das pessoas, porque foi nessas escolas onde estudaram”, disse.
Para Paulo Portas, é bom que se dêem novas utilizações aos edifícios das escolas desactivadas no país. Principalmente se forem cedidas a entidades que as utilizem para fins que traga movimento às aldeias. Na sua opinião, é preferível que sejam as câmaras municipais a decidirem o destino dos edifícios porque têm uma melhor percepção da realidade local.
O dirigente partidário aceita que existam critérios para o encerramento destas escolas, desde que sejam razoáveis. “É preciso saber se há boas alternativas e com transportes”, referiu.
Por outro lado, não percebe como é que ao mesmo tempo se autorizam turmas com mais de 30 alunos nas outras escolas. “Isso já não é bom que aconteça”, disse.
Paulo Portas criticou também o facto de este ano ter havido muita precipitação no encerramento de escolas, sem que fosse feita uma preparação antecipada.