
Enquanto uns despedem, outros contratam. O executivo caldense deliberou, a 3 de Junho, abrir concurso para contratar para os quadros da Câmara Municipal 32 trabalhadores a tempo indeterminado e três trabalhadores a tempo determinado.
O concurso prevê a contratação de profissionais em áreas como arquitectura, arquitectura paisagista, engenharia civil, engenharia ambiental, design gráfico e multimédia e construção civil. O maior número de vagas – dez – é para auxiliares de acção educativa destinados às escolas do concelho. Depois há ainda lugar para três cantoneiros de limpeza, um coveiro, dois jardineiros, um serralheiro civil, um serralheiro mecânico, um mecânico, um cantoneiro de vias, um carpinteiro e dois pintores.
O executivo municipal aprovou estas contratações por unanimidade, tendo o vereador socialista, Jorge Sobral, apresentado uma declaração de voto no qual mostra “satisfação” por esta abertura dos quadros.
“Trata-se de um passo muito importante, que irá produzir resultados muito positivos num futuro próximo. Embora se note em algumas zonas de actividade algumas lacunas, não deixa de ser significativa a decisão que agora acabamos de tomar”, declarou.
Na Assembleia Municipal estas intenções de contratação não obtiveram a unanimidade dos deputados municipais. Só o PSD votou a favor, tendo o CDS-PP, o PS e a CDU votado contra. Do MVC, Edgar Ximenes absteve-se e o seu colega de bancada, Emanuel Pontes, não participou na votação por ser funcionário camarário.
João Diniz, do CDS-PP, congratulou-se pelo executivo mostrar intenção em reforçar os seus quadros, permitindo assim um aumento da qualidade da respostas, mas entende que os serviços camarários estão “enleados num complexo sistema de tarefas redundantes e anacrónicas, muito longe da eficiência que se espera a quaisquer serviços públicos”. Defendeu que antes de se iniciarem procedimentos de contratação se deveria garantir o seu “melhor enquadramento funcional e sobretudo a eficiência dos respectivos processos”.
Também Manuel Nunes (PS) reconheceu que a autarquia tinha défice de funcionários e destacou o facto deste orçamento de Estado ter permitido colmatar essa falha. No entanto, não partilhou o mesmo entusiasmo do vereador do seu partido, Jorge Sobral, e levantou questões relativamente ao futuro dos novos funcionários, querendo saber se os lugares já estão pré-destinados ou se serão feitos concursos. Perguntou ainda por que não existem chefias intermédias nos Serviços Municipalizados e qual a fundamentação para a elaboração do organigrama apresentado. Pediu que este assunto volte a ser discutido e disse que este não é o modelo defendido pelo PS, que daria mais importância ao planeamento estratégico e unidade de acção social, cultura, desporto e turismo.
Por seu lado, o deputado do MVC, Edgar Ximenes, absteve-se por entender que o organograma apresentado pela autarquia deveria ser mais completo e deixar transparecer uma visão estratégica do município.
O presidente da Câmara, Tinta Ferreira, explicou que as Caldas é das cinco câmaras do país com menor custo com pessoal por habitante. Mas como há falta de pessoal em alguns sectores, pretende colmatar essa carência, reconhecendo, contudo, que “não podemos ir além disso”, aludindo a que não é possível contratar ainda mais pessoal.
O autarca disse também que o governo actual não alterou nada em termos de capacidade de contratação e que a autarquia continua com as limitações para contratação de chefias. No caso dos serviços municipalizados apenas podem contratar chefes de divisão e têm as “chefias todas esgotadas”, disse o autarca, acrescentando que a Câmara pode contratar pela sua boa situação de despesa com pessoal. “Temos capacidade para investir 20% da nossa diferença entre o limite médio e o que gastamos”, registou.